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271. Chuva em terra seca

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03.10.2022 | 2 minutos de leitura
Diego Lelis Cmf
Crônicas
271. Chuva em terra seca
“Pedi ao Senhor da messe que envie operários” (Mt 9,38).

Eu sou como a chuva em terra seca
Pra saciar, fazer brotar
Eu vivo para amar e pra servir!
É missão de todos nós
Deus chama, eu quero ouvir a sua voz!
(Zé Vicente)

No mês de outubro, a Igreja nos convida a celebrar o mês das missões. Ao longo da história, encontramos o testemunho de grandes missionários, que vai Paulo, o apostolo dos gentios, a Terezinha do Menino Jesus, a padroeira das missões. Ao seu modo e em seu contexto eclesial e social, foram homens e mulheres que dedicaram suas vidas à missão e as causas do Evangelho.
Por muito tempo a ideia de missionário esteve atrelada àqueles que deixavam seus países e iam desbravar novos campos, trabalhando nos campos de evangelização, na educação, na saúde, nos orfanatos e asilos católicos. Pouco a pouco, nota-se que, embora essa ideia persista, ela tem cedido lugar à compreensão de que o trabalho missionário também pode ser realizado por aqueles fazem esse papel evangelizador em sua própria terra, na sua pátria, na sua própria família e sociedade. A missão já não é mais compreendida como uma saída geográfica, mas como saída de si para, iluminados pela luz do evangelho, encontrar-se com outros tantos em suas diferentes realidades e necessidades.
Essa missão, mais como consciência que como geografia, faz uma infinidade de mulheres e homens darem testemunho do Cristo com sua própria vida, um verdadeiro exemplo de fé, santidade e missão. O Papa Francisco, em sua exortação apostólica Gaudete et Exsultate, nos afala sobre a vivência dessas realidades em nosso dia a dia, na lida cotidiana da nossa existência.
E, nesse sentido, fico a pensar sobre algumas pessoas anônimas, que tanto bem têm feito aos mais vulneráveis, como é o caso dos agentes da pastoral da criança, cujo apoio às famílias foi e continua ainda sendo decisivo. Além dessa pastoral, tantas outras são sinais de luz nesse mundo. São agentes que se envolvem na defesa dos fragilizados. Penso nos líderes comunitários que dão voz e vez àqueles que ninguém quer ouvir! Penso ainda em tantos educadores, que dedicam sua vida, com paciência, enfrentando as condições mais insalubres, para transformar vidas, ensinando-as a lerem o mundo através da palavra.
Assumir causas que deem sentido à nossa existência e nos auxiliem na vivência da missão recebida em nosso batismo é um convite extensivo a todo cristão. Francisco de Assis dizia: “fale sempre do evangelho, se necessário, use as palavras”. Seu irmão de ordem, Antônio, seguindo os ensinamentos do seu fundador, afirmou: “deixem que as línguas calem e as obras falem”. Foram homens santos que perceberam que o anúncio do evangelho está associado à vivência encarnada, sem discursos proselitistas, sem condenações a outros. Ser missionário é mostrar com a própria vida o frescor e força da Boa nova.
Peçamos ao Senhor da messe que nos ajude na vivência da sua palavra para que assumamos as causas do seu reino como nossos ideais de vida e missão, sendo sal da terra e luz do mundo por onde passarmos. Assim, a exemplo de tantos missionários, poderemos nos configurar a Cristo, o missionário do Pai, entregando nossa vida a serviço dos mais pequeninos.  Sejamos chuva na terra seca, como cantou Zé Vicente.

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