2. Sal da terra e luz do mundo

13.02.2014 | 4 minutos de leitura

Crônicas

Podemos nos perguntar o que Jesus quis dizer quando, no evangelho, afirma: “Vocês são o sal da terra... Vocês são a luz do mundo...” (cf. Mt 5,13-16).

O sal dá sabor aos alimentos, na medida certa é benesse indispensável ao paladar e à saúde. Quando alguém não pode comer sal, é porque já está doente ou com a saúde comprometida. O doente lamenta a comida insossa por privar-lhe exatamente da alegria e do prazer que o sal traria. Também o sal é considerado um elemento sagrado em várias culturas, inclusive na cultura do povo a que Jesus pertenceu. Dentre outras coisas, o sal tem o poder de conservar, tornar o perecível imperecível. E um poeta chegou a dizer que há algo de muito sagrado no sal, visto que está nas nossas lágrimas e no mar infinito... Assim, podemos concluir que estamos a falar de um componente bem especial, importantíssimo. Alguém duvida?

Da mesma forma, a luz tem sobre nós – além do fascínio que exerce – um poder vital. Sem luz não há vida! Na escuridão, tropeçamos e caímos... Tudo fica mais feio e perigoso! Você poderia imaginar um mundo sem luz? O que seria do nosso planeta sem o sol? Quando, na noite escura, encontramos algo que nos deslumbra, esse algo é exatamente a luz. Olhe para o céu estrelado! Não é a escuridão da noite, mas a luz das estrelas que nos encanta! O mesmo se pode dizer da beleza da lua cheia a iluminar como candeeiro de Deus ou de Nossa Senhora os caminhos dos que precisam andar dentro das noites...

Jesus nos compara ao sal e à luz do mundo. Quer dizer que damos ou deveríamos dar sentido, sabor e claridade à vida! O bom cristão, de acordo com o desejo de Jesus, é aquele que transforma positivamente o ambiente onde está, é instrumento de paz, amor, alegria, concórdia, esperança...

O cristão deve brilhar aonde quer que vá! Não precisa ter medo de nada, pois é luz e a luz sempre vence as trevas! Você já viu a escuridão, por maior que seja, ter o poder de apagar uma velinha, ainda que muito pequenina? Um cristão de verdade não precisa ter medo de, por exemplo, “se contaminar com o mundo”, “se misturar com pessoas diferentes”. Tudo isso é bobagem! Jesus não tinha medo de tocar ninguém e, muito menos, de se deixar tocar pelos outros. Jesus conversava e se aproximava de todo mundo! Santa Teresa de Jesus dizia que quanto mais santo é alguém, mais acessível se torna a todos e mais amigável!

Jesus nos ensinou como é ser luz de verdade e sal da terra! As pessoas o procuravam porque viam nele a luz, encontravam nele o sabor da vida, o sentido e a alegria de poder se tornar pessoas melhores. Quantos de nossos irmãos já perderam o sentido da vida e se sentem na escuridão! Quantos tão perto de nós mendigam uma pitada de sal e um fiozinho de luz!...

Será que somos, como quis Jesus, sal da terra e luz do mundo? Que tipo de cristãos nós somos? Levamos às pessoas o testemunho de verdadeiros discípulos e missionários ou apenas ostentamos como título vazio e sem sentido o nome de cristãos? De nada adianta fazer as coisas da religião ou daquilo que chamamos de fé, se ao final de tudo não nos tornamos e não levamos a todos o sabor da caridade e a luz da bondade de Cristo que transforma verdadeiramente tudo que toca. “Assim, também brilhe a luz de vocês diante das pessoas, para que vejam as boas obras de vocês e louvem seu Pai que está nos céus”...