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19. O posto de resgate

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29.04.2014 | 3 minutos de leitura
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19. O posto de resgate

Solange Maria do Carmo



Padre Geraldo Orione de
Assis Silva


Numa costa do mar onde, com frequência, ocorriam naufrágios, havia um pequeno e rudimentar posto de resgate. A edificação consistia numa simples choupana e só havia um bote. Mas os poucos membros do posto, dedicados como eram, mantinham sempre a atenção voltada para o mar, sem pensar em si mesmos. Saíam incansavelmente, dia e noite, em busca do náufrago perdido. Muitas vidas foram salvas graças a este pequeno posto, que chegou a ser famoso.


Algumas pessoas salvas e outras das regiões vizinhas desejaram associar-se ao trabalho do posto, dedicar-lhe seu tempo, seu trabalho e mesmo seu dinheiro. Compraram-se novos botes e treinou-se nova tripulação. O pequeno posto de resgate começou a crescer.


Alguns dos membros do posto de resgate se mostravam, porém, insatisfeitos, porque o local era tão rudimentar e muito pouco equipado. Sentiam necessidade de um lugar mais confortável, como primeiro refúgio dos resgatados do naufrágio.


Assim, pois, substituíram os singelos colchonetes por camas e mobiliaram mais adequadamente o local que já havia sido ampliado. Desta forma, o posto de resgate chegou a ser também um local popular de reuniões dos membros. Decoraram-no com o máximo de conforto, trouxeram móveis belíssimos, já que o usavam como uma espécie de clube. Àquela altura, poucos eram os membros interessados em lançar-se ao mar em missões de resgate. Decidiu-se, então, contratar batalhões de salvamento para aquele trabalho.


O lema “Salvar os Náufragos” ainda se mantinha como parte da decoração e um único bote salva-vidas permanecia ritualmente no lugar onde se davam as cerimônias de iniciação dos novos membros.


Aconteceu, então, que um navio muito grande naufragou e as tripulações de resgate chegaram com uma grande quantidade de pessoas meio afogadas, sofrendo frio e umidade. Todas elas estavam doentes e cheias de lama. O novo e belo clube se converteu num caos. Em vista disso, o comitê encarregado do clube ordenou que se construíssem alguns banheiros com ducha fora do clube, onde as vítimas pudessem banhar-se, antes de entrar.


Na reunião seguinte, houve uma divisão entre os membros do clube. A maioria deles desejava terminar com as atividades de resgate, por serem desagradáveis e constituírem um obstáculo para as atividades normais do clube.


Alguns membros insistiram nas atividades de resgate dos náufragos, como objetivo principal e fizeram questão de frisar que eles ainda eram considerados como membros de um posto de resgate. Passou-se à votação e foram eliminados os sócios que defendiam o objetivo de resgatar os náufragos. Disseram-lhes que, se pretendiam salvar vidas de náufragos, podiam construir seu posto de resgate um pouco mais abaixo. Eles assim fizeram.


Com o passar dos anos, o novo posto de resgate experimentou as mesmas transformações por que passara o posto anterior. Chegou a ser um clube. Alguns membros não concordaram. E logo se fundou outro posto de resgate.


A história se repetiu sucessivamente. O visitante dessa costa do mar pode encontrar hoje uma série de clubes exclusivos ao longo da mesma. Os náufragos são muito frequentes nessa costa, mas a maior parte morre afogada.






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