49. Olhando pra cima e pra baixo


Padre Geraldo Orione de Assis Silva
Marcela tinha seis anos e não morava longe dos avós maternos. A casa deles era o paraíso terrestre e estava apenas a cinco quadras de onde a menina morava. Sua maior alegria era passar umas horas na casa da Vó Berta e do vó Chico, brincando, conversando, fazendo travessuras. Toda tarde, Marcela pedia a sua mãe para brincar um pouquinho na casa dos avós. A mãe, sempre atarefada demais, na pressa, pegava a menina pela mão e a conduzia até o destino. À medida que a criança crescia, a mãe adquiria confiança em deixá-la ir sozinha para a casa da vó, mas sempre com mil advertências acerca dos perigos do caminho: “Cuidado com carro!”; “Não converse com ninguém!”; “Não fale com estranhos!’; etc. Mas a advertência principal era: “Antes de atravessar a rua, olhe pra cima e pra baixo e, depois, atravesse correndo!”. Marcela era inteligente e guardava as recomendações da mãe.
Para ajudar a criança na sua autonomia, a mãe criou o costume de levar a pequena Marcela até o penúltimo quarteirão. De lá até a casa da vó eram apenas 50 passos, um pulinho – como dizem alguns. D Joana tomava Marcela pela mão, conduzia a menina até a penúltima esquina e deixava a criança atravessar sozinha uma ruazinha sem movimento em direção a casa da vó. E, antes de a criança partir, dizia de novo: “Antes de atravessar, olhe para cima, olhe pra baixo e atravesse correndo!”.
Certo dia, D. Joana ficou observando sua filhinha partir para a casa da vó Berta. Soltou sua mãozinha com as recomendações costumeiras: “Cuidado. Olhe para cima e pra baixo antes de atravessar e, só depois, atravesse correndo!”. Assim fez Marcela. Chegou ao final da calçada, olhou para o céu (para cima), para a terra (para baixo) e atravessou correndo sem olhar se vinha carro. Foi só aí que D. Joana entendeu os perigos da comunicação. Na sua cabecinha infantil, Marcela fazia certinho o que a mãe mandava, mas nem por isso a recomendação da mãe a livrava do perigo do atropelamento.
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