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160. Pequena retrospectiva de 2023 – parte 1

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18.12.2023 | 2 minutos de leitura
Pe. Eduardo César Rodrigues Calil
Diversos
160. Pequena retrospectiva de 2023 – parte 1
Aprendi, a duras penas, a partir de Freud, que nenhuma reflexão filosófica deve nos tirar a alegria das coisas simples da vida.

Mas aprendi, também a duras penas, que a vida é um moinho que não tritura apenas nossos sonhos mais mesquinhos, mas também os mais belos.

Compreendi que há lutos de pessoas vivas. E, às vezes, é preciso deixá-las partir, sem assombro. Tantos amores acabam, também os mais preciosos.
Despedi-me de algumas pessoas a quem nada peço, a não ser que saibam não voltar. Certas coisas é preciso deixar cair para não recolher mais. Uma vez tomadas, certas decisões estancam esgotamentos, imediatamente.

Com o Sirácida, produzi uma (ler de novo: uma!) verdade: “não vos apresseis para confiar, adquire um amigo pela provação”. Para mim, não há outra prova melhor que o tempo: ele forja o verdadeiro tesouro da amizade. E revela quem é quem. Descobrimos os que ficaram um tanto e depois se vão; os que sempre estiveram, mas nunca verdadeiramente; e os que apenas mudam o jeito de permanecer.
E com Victor Hugo repito: faço-me como os pássaros que, “ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas”.

A vida não me deve nada. Ninguém me deve nada. Não cobro débitos nem créditos. Não sei nada. À parte disso, também eu tenho todos os sonhos do mundo.

A vida, enfim, é real e de viés e tudo consiste em saber fazer com Isso… Aqui não estamos amparados por um saber didático. É um saber a mais, porque sabe do que não se pode saber. Aqui, dançamos, à beira do abismo.