178. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A 1ª LEITURA DO 25º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano B
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23.09.2024 | 3 minutos de leitura

Diversos

1. Leitura (Sb 2,12.17-20)
O livro da Sabedoria, do qual é tirada a primeira leitura, é obra de um sábio judeu, exímio conhecedor da cultura grega e das tradições judaicas, que viveu na cidade de Alexandria do Egito. Foi o último livro do Antigo Testamento a ser escrito, já no final do século I a.C., quando a cultura grega exercia grande influência sobre as novas gerações de judeus. Com isso, os valores e tradições de Israel, como a fé monoteísta, estavam ameaçados, havendo até perseguição contra quem permanecia fiel. O livro foi escrito, portanto, para reforçar a fé e encorajar os judeus que se sentiam perseguidos por causa da fidelidade a Deus. Para garantir prestígio e autoridade à obra, a autoria foi atribuída a Salomão, expoente máximo da sabedoria de Israel, mediante o fenômeno literário da pseudonímia.
O texto lido nesta liturgia pertence à primeira parte do livro (Sb 1-5), precisamente à seção conhecida como discurso dos ímpios ou injustos (Sb 2,1-20). Nesse discurso, o autor reproduz a mentalidade dos que se opõem à maneira de viver dos justos. Os ímpios ou injustos são os pagãos adeptos de escolas filosóficas materialistas, os governantes corrompidos que, sentindo-se superiores, menosprezavam a fé monoteísta e os judeus que, atraídos pela cultura grega, tinham abandonado a fé. Os justos, por sua vez, são os judeus fiéis que vivem de modo coerente com a fé em Deus, observando os mandamentos.
A maneira de viver da pessoa justa revela a incoerência de vida dos injustos, tornando-se verdadeira denúncia (v. 12). Isso porque a genuína fé no Deus de Israel é, acima de tudo, testemunhal, e não mera abstração teórica. Logo, os justos incomodam porque vivem em conformidade com a vontade de Deus, como filhos, não compactuando com nenhum tipo de injustiça, ganância, corrupção e violência. As características da pessoa justa – confiança em Deus, mansidão, paciência e humildade – são insuportáveis para os injustos. Como consequência, vem a perseguição com humilhações, ofensas e tortura até a morte (v. 17-20).
A figura do justo perseguido prefigura a paixão de Jesus e serve de advertência aos cristãos e cristãs de todos os tempos: o jeito de viver dos filhos e filhas de Deus é sinônimo de contestação a todos os sistemas injustos que excluem e matam. E isso gera perseguição, em vez de prestígio e poder.
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