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129. Carta aos cristãos, especialmente aos ministros ordenados que se declaram bolsonaristas

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28.09.2022 | 1 minutos de leitura
J. B.
Diversos
129. Carta aos cristãos, especialmente aos ministros ordenados que se declaram bolsonaristas
Senhores bispos, presbíteros e diáconos, religiosas e religiosos, leigos e leigas que pelo batismo assumiram a tarefa de anunciar o evangelho,

O bolsonarismo é sinônimo do uso desrespeitoso do nome de Deus; vai na contramão do Evangelho, ao menos do Evangelho de Jesus Cristo; é um atentado contra a verdade e, portanto, contra o Espírito de Deus; representa tudo o que de pior ameaça a vida dos filhos de Deus; é a personificação da banalização de toda espécie de mal; é a encarnação do desrespeito a tudo e a todos; é uma afronta aos direitos fundamentais das pessoas; é a expressão mais chula do ódio, da violência, da agressividade; é um hino aos sentimentos mais desprezíveis entre os humanos; é sinônimo de destruição e morte da natureza, casa de todos. 

Não é possível ser bispo, padre, diácono e religioso e apoiar essa excrecência! Não é possível servir a dois senhores, pois o Deus de Jesus Cristo não pode ser colocado no mesmo nível da pior expressão de humanidade que o bolsonarismo encarna. Os senhores não podem continuar sendo o que são e apoiando o que apoiam. Seria mais justo deixar a vida que escolheram para que o escândalo que estão dando não os condene para sempre! 

Bispos, padres, diáconos e religiosos não podem apoiar um sujeito que diz defender a família, mas que está num terceiro casamento não eclesialmente reconhecido; que diz ser contra o aborto, mas que não tem o mínimo de respeito pela vida humana; que diz ser do bem, mas é capaz de destruir todas as políticas públicas em favor da vida dos mais pobres; que diz adorar a Deus, mas divide as pessoas, o que é próprio do espírito do mal; que vomita violência e agressividade; que não é capaz de sensibilizar-se com quem sofre; que não sente a dor de quem está morrendo de fome, vivendo nas ruas, perdendo a vida por falta de assistência médica adequada, mendigando emprego para poder subsistir, sem contar com nenhum projeto que viabilize melhores condições de vida; que desrespeita tudo o que não condiz com sua gritante ignorância; que não demonstra um sinal sequer de compaixão ou misericórdia em relação àqueles que foram confiados a ele como povo; que só produz frutos podres, frutos de divisão, indiferença, arrogância, orgulho, ignorância; que é perverso, que mente de modo obsessivo, que adora a violência e a morte, que prega a tortura, que desrespeita as evidências científicas, que condecora indivíduos de índole perversa e homicida; que se esconde atrás de um discurso anticorrupção, mas que por décadas usa dinheiro do Estado para se enriquecer sem trabalhar e do poder que tem para acobertar seus filhos, igualmente perversos, já que nada de bom fazem para a sociedade e por aqueles que mais precisam; que enche a boca para gritar contra o comunismo, mas que exala fascismo por todos os seus poros.

Não, senhores bispos, padres, diáconos e religiosos, os senhores não podem ser bolsonaristas nem apoiar um grande charlatão que se esconde atrás do nome de Deus. Os senhores estão dando um grande contratestemunho à sociedade. Os senhores são chamados a ser profetas e não estão sendo; são chamados a ser profetas conforme o coração de Deus e não propagadores de ideologias excludentes, discriminatórias, persecutórias, desumanas. Os senhores, agindo assim, representam a maior excrecência de um catolicismo que já não diz mais nada para ninguém. Os senhores precisam se colocar diante do Deus de Jesus Cristo e pedir a Ele a graça da conversão aos pobres. Lembrem-se que “a quem muito foi dado, muito será cobrado”. Os senhores vão responder junto de Deus se cuidaram no peregrino, do nu, do presidiário, do faminto, do sedento... Quem nega a se comprometer com políticas públicas que podem resgatar da morte milhões de pessoas vira as costas ao evangelho no momento em que o povo mais se encontra ameaçado de morte.