37. Sobre a parábola do Bom Samaritano

03.09.2025 | 2 minutos de leitura

Em Lc 10,25, um doutor da Lei questiona Jesus sobre como herdar a vida eterna. Jesus responde com uma pergunta: “Que está escrito na Lei? Como interpretas?”. O doutor da Lei responde dizendo que a Lei se resume em amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo. O doutor da Lei, então, pergunta sobre quem é o seu próximo, levando Jesus a explicar através da parábola que se resume no seguinte: Um homem vinha de Jerusalém e foi atacado por ladrões, sendo deixado meio morto. Um sacerdote e um levita passaram por ele, mas não o ajudaram. Um samaritano, considerado um estranho e frequentemente discriminado, ajudou o homem ferido.

Esperava-se que levita e o sacerdote, como pessoas religiosas, que vinham do Templo, ajudassem o homem ferido. Uma pessoa verdadeiramente boa vai além do cumprimento de regras ou de expectativas sociais e está disposta a ajudar os outros, mesmo que isso signifique um custo pessoal ou inconveniente para si mesma. Isso nos avisa que não se deve confiar totalmente em alguém apenas porque pertence ao Templo, ou seja, ao mundo do sagrado. Pessoas religiosas podem nos decepcionar. Da mesma forma, pessoas que se declaram ateias ou de grupos religiosos não hegemônicos podem realizar grandes feitos em favor da humanidade.

O ensino de Jesus não é sobre escolher entre fazer boas ações ou ser religioso. Não é sobre crenças versus ações. É sobre pessoas religiosas que não fazem boas ações. É sobre uma fé vazia versus uma fé operante. O que realmente importa é como tratamos e respondemos às necessidades dos outros, mesmo daqueles que consideramos diferentes ou indignos. Devemos fazer o bem, sendo motivados ou não pela fé. O importante é fazer o bem, sempre. Mas ser insensível ao sofrimento do outro é inadmissível a quem professa uma fé, pois espera-se que a fé torne a pessoa mais sensível às necessidades e aos sofrimentos dos outros.