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132. Natal: magia ou mística?

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21.12.2022 | 1 minutos de leitura
Pe. Nilton Cesar Boni cmf
Diversos
132. Natal: magia ou mística?
Há tempos, escuto pessoas dizendo que adoram a magia do Natal. Mas parece que existe uma confusão sobre o seu real significado. Por isso, tomo a liberdade de esclarecer alguns conceitos exaltando a verdade de seu significado. O que entendemos por magia? Segundo o dicionário Priberam, é um substantivo feminino; religião dos magos; produção de atos extraordinários e sobrenaturais; encanto; fascinação. Outros dicionários acrescentam: bruxaria, práticas ocultas, fenômenos contrários à lei natural, etc. E o que significa mística? Para a tradição cristã, o místico é aquele que foi iniciado no mistério de Cristo, tendo como ponto central a Páscoa. O termo mística está associado ao transcendente, à experiência religiosa e compartilha com o olhar interior. É um comportamento cristão diante da vida causando admiração, desejo, temor e amor.
Aprofundemos a mística natalina e tiremos a palavra magia deste contexto que celebra o nascimento de Jesus Cristo. A magia é fictícia, mitológica, superficial, idolátrica, espetaculosa, aprisiona, manipula. A mística é real, profunda, espiritual, divina, silenciosa, libertadora e redentora. Enquanto a magia se fixa nas sensações passageiras e não se compromete, a mística atrai para a compreensão integral do mundo, inserindo as criaturas na graça do Espírito, levando-as a fazer a vontade do Criador. 
Neste sentido, o Natal não é um evento mágico que nos desvincula do tempo, mas o espaço sagrado em que o cristão celebra a vida do Filho de Deus. Entramos no mistério do nascer, caminhamos pela vida até a morte e a ressurreição. É a tomada de consciência da união sagrada do homem com Deus. Não é magia, é dom, é transfiguração do corpo, da alma e do espírito. Natal é a mística do encontro com o céu. Se a magia evoca elementos ocultos, a mística cristã é Epifania, manifestação visível da bondade de Deus. Por isso, o Natal celebra um acontecimento real e cheio de ternura, de um Deus fiel que permanece conosco, o Emanuel. Esse Deus não é um mago que aparece do nada, mas foi gerado por uma mulher na graça do Espírito. Ele não usa poderes para mudar extraordinariamente o mundo, mas propõe o Evangelho como caminho de salvação. O Natal é a força do amor, do mistério que nos envolve com o querer de Cristo. Fora deste contexto ilusão.