4. O cachorro e a lebre


Solange
Maria do Carmo
Padre
Geraldo Orione de Assis Silva
Certa vez, um jovem monge, intrigado com o baixo índice de perseverança dos jovens de seu convento, procurou o superior da casa para conversar sobre o assunto e esclarecer alguns pontos. Foi chegando e entrando logo no assunto, sem muitos rodeios. Disse-lhe:
- Mestre, tenho pensado muito e não encontro uma resposta para meus questionamentos. Por que acolhemos tantos candidatos à vida religiosa e tão poucos continuam seu caminho? Pouco a pouco vão desanimando e, ao final do trajeto, chegam poucos. Por que acontece isso? Será tão difícil assim o caminho do Senhor?
Respondeu o bom mestre: - Vou lhe contar uma coisa, meu filho. Certa vez, um cachorro passeava distraidamente pelo caminho perto da floresta, quando viu uma lebre passar rapidamente de uma moita para outra. Sentiu seu cheiro, arrepiou-se todinho e saiu correndo à procura de sua caça. E foi aquela correria. Ao ouvir os latidos, os cachorros da redondeza também levantaram a orelhas, aguçaram o faro e começaram a procurar a presa. E saía cachorro de todo quintal, na maior barulheira. À frente, a lebre corria desesperadamente procurando um esconderijo. Atrás, o cachorro que viu a lebre perseguia sua caça com furor. Atrás dele, outro cachorro que vinha ver o que acontecia, outro e mais outro. Todos curiosos à procura do motivo de tamanho alvoroço. E entravam pela mata, passavam córregos, saltavam pelas moitas... Até que alguns começaram a desistir. Afinal, para que tanto esforço e tanta correria?, começaram a pensar. Mas o cachorro que viu a lebre continuou implacável sua perseguição. Ele sentiu o cheiro, viu a caça, sentiu o efeito de sua presença. Sabia que era real e não um fruto de sua imaginação.
Então, o velho monge disse ao irmão mais novo: - Assim acontece aqui no mosteiro. Só quem viu Jesus, num encontro pessoal e definitivo, só quem sentiu o efeito de sua presença, só quem percebeu seu perfume é que persevera. Esse é o cachorro que viu a lebre. Os demais vão no agito do barulho do outro que persegue seu ideal. Mas só aquele que tem a clareza de seus objetivos continua perseverante, sem desanimar.
Por isso, fique firme na fé e busque cada vez mais conhecer Jesus, sem desanimar...
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