27. Buraco na horta


Solange Maria do Carmo
Padre Geraldo Orione de
Assis Silva
Era uma vez um sujeito grã-fino que, cansado de morar na cidade, decidiu comprar um sítio e mudar-se para a roça. Estava cansado do corre-corre da cidade grande, com seus problemas sem solução, e decidiu experimentar uma vida diferente, em contato com a natureza.
Vendeu seu apartamento, ajuntou as malas e foi morar num recanto tranquilo, distante do barulho e da poluição. Estava feliz.
Sua primeira iniciativa, agora como fazendeiro, foi plantar uma horta. Preparou o terreno, lançou as sementes e ficou acompanhando satisfeito o desenrolar das coisas.
Uma manhã, indo visitar a horta, o grã-fino deu de cara com uma novidade: havia um buraco em sua horta. Um buraco cavado no chão, nem grande, nem pequeno. Mas profundo e misterioso. E bem em cima do canteiro de cenoura.
Ele não se preocupou tanto. Pegou a enxada, cavou, colocou terra no buraco, socou e tapou tudo, dando o caso por encerrado. E saiu pensando: “Vai ver que também aqui na roça há gente que invade o quintal dos outros. Um ladrão de terra, talvez”.
No dia seguinte, havia dois buracos na horta. O primeiro tinha sido reaberto e surgira outro, agora no canteiro de batatas. O aprendiz de fazendeiro ficou intrigado, sem entender o que acontecia. Mas cavou a terra e tapou os dois buracos, refazendo os canteiros. E saiu feliz, certo de que resolvera os problemas. Pensava consigo: “Alguém está brincando comigo. Quer me assustar”.
Na manhã do novo dia, o fazendeiro da cidade levantou-se cedinho e foi direto à horta. Quase caiu de susto ao perceber, não mais um ou dois buracos, mas muitos. Todos os canteiros estavam revirados e havia buracos por toda a parte. E eram buracos sempre de tamanho semelhante que iam dar sabe Deus lá onde.
O grã-fino entrou em pânico. Já não sabia o que fazer. Que seriam aqueles buracos? Coisa do outro mundo? Presença de extraterrestres? Abalos sísmicos? Perseguição dos vizinhos? Algum dinossauro que voltara à vida?
Já disposto a voltar para a cidade, o grã-fino foi contar a história para seu vizinho. O vizinho foi verificar os buracos misteriosos e constatou surpreso: “É tatu, compadre. Não precisa se mudar. É só matar o bicho que os buracos somem.”
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