14. O enterro da Igreja


Solange
Maria do Carmo
Padre
Geraldo Orione de Assis Silva
Certa vez, um padre muito experiente foi nomeado vigário de uma Paróquia do interior. Cheio de alegria, juntou suas malas e foi para aquela cidadezinha, pronto para iniciar seus trabalhos.
Chegando, porém, à nova Paróquia, o que o padre encontrou não foi nada animador. O povo daquela cidade nem queria saber de Igreja. O padre convidava o povo para a missa e não aparecia ninguém. Só uma meia dúzia de senhoras. O padre convidava para um encontro e não aparecia ninguém. Só uma meia dúzia de senhoras. Convidava para uma festa e não aparecia ninguém. Só aquela mesma meia dúzia de senhoras. O padre ia ficando cada vez mais preocupado.
Um dia, ele resolveu visitar todas as casas da cidade. E em toda casa em que ele entrava, ouvia a mesma gozação: “Que é isso, seu vigário? Esse negócio de Igreja já era. A Igreja aqui já morreu há muito tempo”.
O padre ficou impressionado, todos diziam a mesma coisa: “A Igreja aqui já morreu há muito tempo”.
Então, o padre teve uma ideia:
- Vamos fazer o enterro da Igreja. Se a Igreja morreu, precisamos enterrá-la.
O povo achou que o padre havia pirado e foi lá para ver. No dia marcado, na hora certa, o povo lotou a igreja para ver o enterro. O padre havia enfeitado toda a igreja e, na frente, havia colocado um enorme caixão. Todos rezaram e cantaram diante do caixão fechado, achando aquilo tudo muito misterioso e engraçado.
No fim da missa, antes de sair com o caixão, o padre convidou todo o povo para dar a última olhada na defunta, conforme é costume. E combinou o seguinte: Quem olhar a defunta e achar que devemos enterrá-la fique de pé. Quem, porém, ao vê-la, mudar de ideia volte e sente-se em seu lugar.
E o povo fez longa fila para ver a defunta, tamanha era sua curiosidade. Aconteceu, porém, uma coisa engraçada. Todos os que passavam pelo caixão olhavam lá dentro e saíam assustados, correndo para sentar-se. Uns ficavam vermelhos, outros sérios, mas todos queriam sentar-se, desistindo de enterrar a Igreja.
Quando terminou a fila, todos estavam sentados. Ninguém ficou de pé. Ninguém mais queria enterrar a Igreja. É que o padre havia colocado um enorme espelho dentro do caixão. O povo, ao olhar a defunta, via sua própria imagem. Eles eram os verdadeiros defuntos.
Foi assim que aquela cidade compreendeu que a Igreja é o povo. E, se a Igreja morre, é porque o povo não se compromete nem aceita seguir Jesus.
Por isso, fique firme na vida comunitária e participe ativamente dela, sem desanimar...
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