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11. O caboclo e o missionário

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08.12.2013 | 4 minutos de leitura
FFirme
Para Meditar
11. O caboclo e o missionário

Solange
Maria do Carmo



Padre
Geraldo Orione de Assis Silva



Certa vez, um missionário, em visita a uma cidade, pregava ao povo. E explicava que era preciso cada um entregar a Deus sua vida, para viver totalmente unido a Deus. E dizia que a pessoa sábia e inteligente entregava tudo a Deus, para que Deus estivesse sempre presente em sua vida, o tempo todo. O missionário, então, lançou um desafio: Quem quisesse mesmo ter o dom da sabedoria deveria entregar toda a sua vida a Deus. Só assim Deus estaria com essa pessoa o tempo todo.


No final da pregação, um caboclo, matuto lá da roça, muito interessado no assunto, foi à sacristia e disse ao missionário que aceitava o desafio e queria entregar a Deus toda a sua vida, para per­tencer totalmente a Deus e viver unido a ele o tempo todo. O missionário elogiou a sabedoria daquele caboclo e o convi­dou para fazer uma oração, entregando a vida a Deus.


Os dois se ajoelharam diante do altar e, ajudado pelo missionário, o caboclo rezou uma oração entregando a Deus toda a sua vida e prometendo viver para sempre unido a Deus. Terminada a oração, o missionário explicou ao caboclo que Deus estaria sempre com ele, cuidando de tudo.


O caboclo, então, se despediu, dizendo: "Boa noite, seu reverendo. Preciso ir logo embora, porque minha mulher, a esta hora, já deve estar preocupada". O missionário lhe disse: "Ah! O Senhor tem mulher?” “Tenho, sim, senhor,” – disse o caboclo. “Então, é preciso en­tregar a mulher para Deus", retrucou o missionário O caboclo se assustou: "Mas a mulher é minha e eu preciso dela”. O missionário explicou: "Se você quer entregar sua vida a Deus, precisa oferecer a ele tudo o que você possui, inclusive sua mulher. Senão, não vale". E não houve jeito. Os dois voltaram ao altar, ajoelharam-se e o caboclo rezou, entregando a Deus sua mulher.


Já ia saindo de novo o caboclo, quando disse: "Agora, vou-me embora, seu missionário, pois os meninos já de­vem estar quase dormindo". "Meninos?" – perguntou o missionário – "Você tem meninos?" O caboclo se assus­tou e disse: "Tenho, sim. São quatro meninos muito bons. São a coisa mais preciosa que eu tenho". O missionário completou: "Pois, então, é preciso entregar a Deus os seus filhos. Deus vai querer os seus meninos também". O caboclo ficou preocupado, pois esta­va entregando a Deus, além da sua mulher, os seus meninos. Mas não houve jeito. Os dois voltaram ao altar, ajoelharam-se e o caboclo entregou a Deus seus quatro filhos.


E assim foi acontecendo. O caboclo, a cada vez, se lem­brava de que possuía algo mais: casa, campo, cavalos, galinhas, ne­gócios, muita coisa, enfim. E tudo isso precisava ser en­tregue a Deus. Até a roupa do corpo ele entregou a Deus naquele dia. Não reservou nada para si.


No final, o caboclo se apavorou e perguntou: "E agora, seu missionário, que vou fazer? Tudo o que eu tinha, en­treguei para Deus: mulher, filhos, casa, roça, meus ani­mais, meus objetos, minha roupa. Agora não tenho mais nada. Que vou fazer?"


O missionário, então, explicou: "Calma! Você entregou tudo a Deus. Mas Deus vai te emprestar tudo isso. Ago­ra, tudo o que você possui não é seu. É de Deus. Mas Deus te empresta sua mulher, seus filhos, seus animais, sua casa, sua roupa, tudo. Mas é só emprestado. Por isso, você deve tratar a mulher, os filhos e todas as coisas, lembrando sempre que são de Deus. A mulher não é sua, os filhos não são seus, a casa não é sua. Tudo é emprestado e precisa ser cuidado com muito amor, porque Deus vai ficar olhando se você cuidará de tudo com carinho".


O caboclo, então, compreendeu logo o que significava entregar a vida a Deus. E voltou para a casa disposto a cuidar de suas coisas, sabendo que tudo per­tencia a Deus. Ele apenas cuidava daquilo que Deus lhe havia emprestado para a sua felicidade. Essa era a verdadeira sabedoria.


Por isso, busque a sabedoria sempre mais e fique firme, sem desanimar...





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