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65. Trajes litúrgicos

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02.10.2015 | 3 minutos de leitura
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65. Trajes litúrgicos

Desde o Vaticano II, a Igreja optou pela sobriedade das vestes litúrgicas, recuperando certamente as origens do cristianismo, sempre sóbrio e discreto como fermento na massa. Aquelas roupas pomposas que mais assemelham o presbítero a um rei que a um pastor do povo já caíram em desuso. É bem verdade que, apesar de todo esforço de bom número de presbíteros, os paramentos litúrgicos suntuosos não ficaram lá na idade média onde eles ganharam vida, nem se mostram apenas nos museus do Vaticano. Basta apenas dar uma voltinha por alguns templos pra gente redescobrir vestes com cheiro de naftalina sendo mandadas de novo para as lavanderias. Volta o gosto pelo pomposo; retornam ao altar o bordado, o brilho, o luxo, as rendas... Tudo em nome da beleza do mistério celebrado. Os paramentos dos presbíteros se tornaram fonte de renda para muitos, com o surgimento de grifes reconhecidas na produção dessas peças, feitas sob encomenda para os mais exigentes ou encontradas em verdadeiros shoppings da fé por aí.


Talvez o retorno do luxo e do glamour tenha se dado um pouco como reação ao descaso de muitos que, em nome do povo, celebravam com vestes gastas e sujas, demonstrando um mau gosto absurdo, um grande desmazelo com as coisas de Deus e uma falta de respeito ainda maior em relação ao povo, sempre limpo e bem arrumado na Igreja, com sua roupa “domingueira” ou de “ver Deus”. Não era raro, depois do Vaticano II, em nome da fé encarnada, algum presbítero celebrar maltrapilho.


Certamente os dois extremos são estranhos e denotam pouca compreensão do mistério celebrado. A Eucaristia – festa da vida (morte e ressurreição de Jesus) e ação de graças – dispensa tanto a primeira opção como a segunda. Nem vestes luxuosas produzidas por estilistas da moda católica nem roupas de um mendigo! Para os que ostentam luxo, parece que o conselho da Primeira Carta de Pedro às mulheres é útil: “que a beleza de vocês não esteja no trajar com vestes finas, mas nas qualidades pessoais internas, isso é, na incorruptibilidade de espírito manso e tranquilo, que é coisa preciosa diante de Deus” (1Pd 3,3-4). O mistério celebrado pede muito mais uma estética “desde dentro” que “desde fora”, apesar de um traje sóbrio e bem cuidado demonstrar o zelo de quem o porta.


Vale aqui relatar um fato jocoso, mas real. Um padre de uma cidadezinha já se ordenou mais velho, era viúvo, pai de três filhos e quatro netos. Um dia, o netinho de cinco anos viu seu avô-padre, como ele dizia, vestido com pompa e circunstância para um evento religioso. Intrigado com aquelas roupas, disse ao pai: “Olha lá, papai, vovô-padre tá vestido de rei!”. O avô-padre ouviu aquilo e se pôs a pensar: nunca mais se paramentou como um monarca. Beleza, zelo e capricho não são o mesmo que ostentação, luxo e glamour. O evangelho de Jesus condiz com os primeiros e abomina esses últimos. Fica aí a dica!







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