Evangelização Fundamental – Mód. 4 – Somos Igreja – Etapa 1 - 7º Encontro


Solange Maria do Carmo
Padre Geraldo Orione de Assis Silva
Módulo 4 - 1ª Etapa - 7º Encontro
Riqueza e força da Palavra de Deus
* Para aprender as músicas deste módulo, acesse o link: Em construção... *
1. ACOLHIDA E ORAÇÃO INICIAL
- Receber a turma com carinho.
- Cantar músicas animadas. Que tal a "Se Jesus me chama"?
- Criar clima de oração. Fazer o Sinal da Cruz.
- Motivar: Na semana passada, conversamos sobre fraquezas e forças presentes na Igreja. Nós mesmos temos tantas fraquezas, tantos pecados, tantas coisas nada boas que devemos procurar superar. Vamos, hoje, pedir perdão a Deus, reconhecendo nosso pecado e confiantes no amor que ele tem por nós.
- Cantar a música "Perdão, meu Senhor".
- Fazer preces espontâneas, pedindo perdão a Deus pelas fraquezas mais frequentes em nossa vida. A resposta pode ser: “Vem, Jesus, nos ajudar.” As preces podem ser como:
- Perdão, Senhor, pela preguiça que nos paralisa e não nos deixa construir seu Reino.
- Perdão, Senhor, pelo rancor que ainda mora em nossos corações.
- Perdão, Senhor, pela mentira que causa tantos problemas em nossas comunidades.
- Perdão, Senhor, pela violência e falta de paciência com os irmãos.
- Cantar de novo a música acima.
2. O QUE A BÍBLIA DIZ
Motivação
Vamos ler hoje um texto do Antigo Testamento, do profeta Ezequiel. Ele nos conta um caso que parece complicado, mas no fundo é muito simples. Ele quer mostrar que o templo é fonte de água viva. Uma força muito especial brota do templo do Senhor. Vamos meditar esse texto para refletir sobre a força especial que brota da Igreja – que é o povo de Deus.
Texto: Ez 47,1-12
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
- O que entendemos com esse texto? O profeta Ezequiel fala que foi levado até a entrada do templo. Trata-se do templo de Jerusalém, onde o povo se reunia sempre para rezar, para fazer seu culto. O que o profeta vê, então, brotando do templo?
- A água simboliza o quê?
- O profeta e outro homem (Ezequiel não diz quem é esse outro) saem do templo, com uma corda na mão. O que eles faziam com essa corda?
- O que ia acontecendo de quinhentos em quinhentos metros?
- O que o profeta viu nas margens do rio?
- O rio que brotava do templo era de água boa, pura? Ou era uma água contaminada, poluída?
Aprofundamento
- Esse texto é uma espécie de parábola, contada por Ezequiel, como se fosse uma visão ou um sonho. Podemos compará-lo com as parábolas contadas por Jesus. São casos e histórias compostos pelo autor para transmitir uma mensagem. Não vamos imaginar que houve uma enchente no templo de Jerusalém ou que de fato um rio nascia do templo. O que o profeta quer dizer é outra coisa.
- O profeta escreve para um povo que vivia numa terra seca e deserta. Quem vive numa terra assim conhece bem a importância da água. Ele aproveita essa situação para falar da água viva que brota do santuário de Deus e traz vida nova à terra. A mensagem é simples: da casa de Deus, brota uma água abundante. Essa água vai formando um rio que vai crescendo de volume até chegar ao mar. Por onde essa água passa, o deserto ganha vida nova: surgem plantas, peixes, frutos, etc. O que o profeta quer mostrar é que o templo de Deus é fonte de vida para o mundo. De Deus, sai uma fonte que renova o mundo: sua palavra transformadora, que nos revela seu amor sem fim.
- Agora podemos comparar as palavras do profeta com a Igreja. A Igreja é o povo de Deus. Não é exatamente a casa, o templo, mas o povo de fé que se reúne no templo. O mundo é como o deserto seco e sem vida que necessita de cuidados para produzir frutos e reviver. Da Igreja – de sua vida, de sua fé, de seu testemunho – brota uma água viva, uma força renovadora que dá vida nova ao mundo. Por onde passava aquele rio, brotava a vida. Por onde passa a Igreja, também deve brotar a vida. A Palavra de Deus que a Igreja transmite é fonte de vida e de renovação para o mundo.
- Jesus usou comparação muito semelhante quando disse que o mundo estava em trevas e a Igreja devia ser luz para iluminar o mundo. Então, é esta a importância da Igreja. Ela ilumina o mundo com a mensagem e a presença de Jesus. Ela fertiliza e renova, fazendo brotar vida onde há deserto. E faz isso, porque comunica a Palavra de Deus. O mundo sem a fé seria como o deserto sem a água ou as trevas sem a luz. E a fé é difundida pela Igreja de Jesus. Daí a importância da Igreja.
- Por ter essa força de transformação, a Igreja, desde o seu começo, foi acolhida por muitas pessoas, graças à mensagem de Cristo que ela sempre transmitiu. Essa mensagem de Jesus, transmitida pela Igreja, é como água que renova e faz brotar vida até no deserto.
- Vamos pensar como era o mundo em que os apóstolos começaram a pregar a boa-nova de Jesus. Havia os judeus que tinham esperado, por muito tempo, a chegada do Filho de Deus. Mas eles pensavam que esse messias esperado viesse cheio de poder para governar o povo. Quando Jesus morreu na cruz, eles ficaram escandalizados e diziam entre si: “Onde já se viu um Filho de Deus morrer na cruz como qualquer outro?” Então, quando se falava da cruz de Jesus, os judeus ficavam escandalizados. Havia também os gregos, tidos como grandes pensadores, homens cultos e inteligentes, cheios de sabedoria. Eles tentaram, sem sucesso, explicar ao povo o sentido da vida. Mas a vida do povo continuava sem sentido. Quando os cristãos começaram a falar de um certo Jesus que havia morrido e ressuscitado, os gregos acharam isso uma loucura e diziam entre si: “Onde já se viu alguém morrer e ressuscitar?” Então, chamavam os apóstolos de loucos e não os levavam a sério.
- No entanto, o povo estava gostando da pregação dos apóstolos. E muito! O povo estava cansado da pregação dos judeus. Eles eram muito moralistas, falavam de leis e obrigações, eram muito duros e exigentes e isso não estava melhorando a vida do povo. O povo também estava cansado da pregação dos gregos. Eles falavam bonito sobre um montão de coisas que ninguém entendia. E isso não melhorava a vida do povo.
- De repente, apareceram os apóstolos e todos os cristãos falando com simplicidade sobre Jesus, ensinando o amor, a misericórdia e o perdão, pregando sobre a esperança na vida eterna, convidando a construir um mundo melhor, formando comunidades onde um valorizava o outro, fazendo tantas coisas mais. O povo logo percebeu que acolher Jesus e sua proposta era algo profundo, novo e capaz de melhorar a vida. Por isso, o povo aderiu à fé. O cristianismo trazia respostas mais profundas, ensinadas com simplicidade. Os gregos falavam bonito, usando sua habilidade na arte oratória. São Paulo falava da Cruz de Jesus. E convencia muito mais.
- A mensagem cristã tinha uma riqueza e uma força especiais. Era como a água pura e abundante que brotava do templo, como falou o profeta Ezequiel. A Igreja nasce com essa missão de levar vida nova a pessoas que estão precisando de alento; ela tem a missão de transformar os corações desérticos em terra fértil e cheia de bons frutos. Essa é a força da Igreja.
3. ATIVIDADE
Sugestão 1
- Comentar: A pregação de Jesus trouxe uma série de novidades importantes para a humanidade. E não era para menos. Jesus veio ao mundo para nos ensinar o amor de Deus. Jesus, com sua vida doada por amor, ensinou de forma simples e satisfatória que Deus é amor. Por isso, a boa-nova de Jesus preencheu o vazio do coração do povo.
- Distribuir os caça-palavras e pedir que, em duplas, a turma encontre palavras que indiquem as novidades trazidas por Jesus e a beleza da Palavra de Deus. Distribuir lápis.
S | P | E | K | D | A | T | F | * | F | D | E | S | P | R | E | Z | O | G |
A | W | S | T | Y | M | E | * | V | P | * | L | P | K | C | * | C | I | F |
M | | P | Z | | O | J | D | I | E | V | B | N | M | O | Q | O | W | I |
O | M | I | S | E | R | I | C | O | R | D | I | A | P | M | * | N | L | N |
R | U | R | N | M | * | K | W | L | D | * | R | T | Y | U | U | V | P | G |
* | G | I | X | Z | D | V | * | E | A | X | C | V | B | N | L | E | K | I |
A | * | T | A | * | E | T | S | N | O | F | G | H | * | I | H | R | J | M |
O | R | O | T | Y | * | O | P | C | A | * | S | A | Z | D | X | S | * | E |
| K | * | H | E | D | W | Q | I | * | D | P | I | C | A | V | A | B | N |
P | M | S | N | B | E | * | V | A | C | X | Z | Q | W | D | * | O | R | T |
R | U | A | T | * | U | E | V | I | D | A | * | E | T | E | R | N | A | O |
O | Q | N | * | K | S | Z | X | V | B | N | M | D | O | * | I | Y | T | * |
X | * | T | N | M | U | N | D | O | * | M | E | L | H | O | R | W | E | R |
I | X | O | R | T | Y | G | * | D | U | * | M | N | B | V | C | X | Z | Q |
M | V | A | L | O | R | * | D | A | S | * | P | E | S | S | O | A | S | K |
O | Q | W | * | R | T | Y | U | I | P | O | M | N | B | * | C | X | Z | A |
M | E | X | P | L | O | R | A | Ç | A | O | U | * | W | K | * | T | M | P |
- Resumir as palavras encontradas num quadro ou painel, explicando que a beleza da Palavra de Deus pode ser entendida do seguinte modo:
A RIQUEZA DA PALAVRA DE DEUS | |
Novo jeito de ser: | - Amar- Confiar- Acreditar- Perdoar... etc. |
Novo jeito de viver: | - Vida em comunidade- Todos são irmãos- Um ajuda o outro- Cultiva-se a amizade- Incentiva-se a fraternidade- Celebra-se a vida - Sente-se a presença de Deus... etc. |
Novas esperanças de futuro: | - Busca de uma vida melhor.- Busca de um mundo melhor.- Certeza da felicidade eterna. |
- Debater: Em sua opinião, qual desses aspectos parece mais importante hoje e por quê?
Sugestão 2
- Expor um painel com um desenho sugestivo referente ao texto bíblico.
A Igreja é fonte de vida |
- Propor uma conversa sobre essas questões em duplas ou em grupos de três pessoas. Cada grupo daria, no final, uma sugestão de como a Igreja deve iluminar o mundo, sendo fonte de vida.
- Terminada a conversa, cada dupla diz sua sugestão. O catequista escreve as sugestões em pequenas faixas de papel e cola no painel em volta do desenho. Sugestões repetidas não precisam ser coladas. O catequista, se necessário, complementa as sugestões chamando a atenção para outros aspectos que a turma não tenha lembrado. As faixas podem ser simples, tais como:
- Denunciar o mal- Lutar pela justiça- Socorrer os necessitados- Promover a união das famílias- Promover a paz- Evangelizar os jovens- Ajudar as crianças em dificuldades- Difundir a mensagem de Jesus
- Encerrar a atividade com uma música. Sugerimos a música "Eu vivo na presença de Deus".
Conclusão
A Igreja nasceu para pregar a Palavra de Deus. Essa Palavra chamou a atenção do mundo todo, desde que começou a ser pregada. Não é uma mensagem descoberta pelo homem, em suas pesquisas. É uma novidade que o próprio Deus veio revelar, por meio de Jesus. A Igreja não prega sabedoria puramente humana. Mas fala do amor e do Reino de Deus, que ele quer ver realizado no meio do mundo. Nas palavras de Jesus, assumidas pela Igreja, há um conteúdo profundo, capaz de renovar, iluminar e dar sentido à vida de toda a humanidade. Essa é a riqueza da mensagem cristã. A Igreja se torna, portanto, uma força muito grande para o mundo, à medida que ela representa o próprio Jesus, presente no mundo, e vive sua Palavra. A Palavra de Jesus tem força transformadora, que age renovando tudo, mais que água no deserto, de acordo com a comparação de Ezequiel. Evangelizando, orientando as pessoas, promovendo a paz e a união, defendendo a justiça, unindo o mundo a Deus, em tudo isso, a Igreja está semeando vida nova num mundo cheio de sinais de morte. Onde está o povo de Deus, aí deve ser sentida a presença do próprio Deus. E onde isso acontece, vida nova logo se manifesta.
4. ORAÇÃO FINAL E ENCERRAMENTO
- Cantar a música "Você é Igreja".
- Fazer preces espontâneas, agradecendo a Jesus por sua Igreja, sinal de Deus em nossa vida. A resposta pode ser: “Obrigado, Senhor.” As preces podem ser assim:
- Obrigado, Senhor, por sua Igreja que luta e se esforça para construir seu Reino.
- Obrigado, Senhor, por sua Igreja que denuncia o mal e o pecado.
- Obrigado, Senhor, por todos que estendem as mãos aos pobres e os acolhem.
- Obrigado, Senhor, por fazermos parte de sua Igreja. Etc.
- Cantar a música "Obrigado, meu Senhor".
- Motivar a turma para o próximo encontro, que será uma celebração para encerrar esta primeira etapa.
- Encerrar à vontade.
Dicas para o catequista
- Aproveitamos o final de mais uma etapa para lembrar a importância da mística e da espiritualidade nos encontros catequéticos, especialmente do valor dos momentos celebrativos que são intensificados no último encontro de cada etapa e devem ser preparados e realizados com todo bom gosto e dedicação. A catequese não é uma aula de religião; é um encontro com Deus, uma continuação da ação evangelizadora da Igreja. Essa ação evangelizadora não é uma coisa à parte, uma tarefa a mais; é continuidade da ação litúrgica, pois a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia não são duas coisas separadas, mas intimamente ligadas. E, porque elas estão intimamente unidas, toda ação catequética ou evangelizadora da Igreja penetra o mistério pascal e o favorece. A centralidade da Palavra de Deus nessa ação desponta natural e claramente. O catequista deve oferecer a seus catequizandos esse contato com a Palavra da vida. Eles querem beber dessa fonte, querem se nutrir dela, querem descobrir nela a força da vida que sustentou tantos mártires da fé na história da Igreja, querem se envolver na sua trama e fazer parte dela. Espera-se, pois, que o catequista seja mais um místico, uma presença de Deus, que um professor: alguém que repense a evangelização de sua comunidade e ajude-a a fazer sua experiência de Deus. O catequista pode ser também um teólogo, um pensador da fé, embora deva ser ainda mais aquele que inicia seus catequizandos na fé. Para isso, nada melhor que os momentos celebrativos.
- Se nosso Deus se torna próximo e se dá a conhecer e experimentar na ação litúrgica e evangelizadora da Igreja, o lugar por excelência do encontro com Deus é o ser humano, uma vez que o “Verbo se fez carne e habitou entre nós”. No mistério escondido de cada pessoa, Deus se revela; ele age; o Deus totalmente Outro se mostra no rosto do outro que pede para ser amado e oferece seu amor. Não se pode pensar em experiência de Deus se não no confronto com aquele que de nós se aproxima. Capriche, pois, o catequista na acolhida de seus catequizandos. Seja sempre bom pastor: atencioso, dedicado, simpático, amável com cada um que dele se aproxima. Não desdenhe nenhum dos que Deus lhe deu: vá atrás de cada ovelha perdida, que por vezes foge do aprisco da Igreja e anda meio sumida da catequese.