4. Livro da origem (Mt 1,1-17)


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1Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão:2Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó, Jacó gerou Judá e seus irmãos,3Judá gerou Farés e Zara, de Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram;4Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon;5Salmon gerou Booz, de Raab. Booz gerou Obed, de Rute. Obed gerou Jessé.6Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, da mulher de Urias.7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa;8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias;9Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias;10 Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias.11 Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.12 Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel;13 Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor;14 Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud;15 Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó.16 Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo.17 No total, pois, as gerações desde Abraão até Davi são quatorze; de Davi até o exíliona Babilônia, quatorze; e do exílio na Babilônia até o Cristo, quatorze. Situando...
O começo do Evangelho de Mateus – assim como o início de Lc – foge dos esquemas habituais da pregação apostólica, testemunhada nos Atos dos Apóstolos e plasmada na narrativa de Mc. O anúncio primitivo, de fato, costumava se referir apenas à vida pública de Jesus (da qual sua paixão, morte e ressurreição são o corolário) a partir do batismo, sem preocupar-se com os acontecimentos precedentes: detalhes do nascimento e infância (cf. At 1,21-22; 10,37; 13,24).
O enraizamento da comunidade mateana no mundo judaico, porém, assim como o confronto com o farisaísmo, exigiam que se indagasse sobre as origens de Jesus. Daí a necessidade de começar pelo “Evangelho da infância” e não, simplesmente, pelo batismo no deserto. Mateus insere, pois, uma sequência de cinco breves relatos teológicos, a saber: a genealogia de Jesus (cf. Mt 1,1-17), o nascimento (cf. Mt 1,18-25); a adoração dos magos (Mt 2,1-12), a fuga para o Egito (cf. 2,13-18) e a volta para Nazaré (cf. 2,19-23). Ao primeiro relato dedicaremos o presente estudo.
A genealogia
A expressão “Livro da origem” (em grego, “gênese” – v. 1), que introduz o assim chamado “Evangelho da Infância” (cf. Estudo 1), remete ao primeiro livro da Torah ou Pentateuco, conhecido pelo judaísmo da diáspora e pela tradição cristã justamente como “Livro do Gênese”. Neste, a fórmula aparece por duas vezes: a primeira, antes do segundo relato da criação do homem (cf. Gn 2,4a); a segunda, antes da genealogia do ser humano (cf. Gn 5,1). Mateus se propõe apresentar Jesus como o “novo Adão” e a sua vida, entregue na Cruz, como uma segunda criação, superadora da primeira. Daí que, “ao raiar o primeiro dia da semana” (Mt 28,1), Mateus situe a ressurreição: como no primeiro dia da criação, quando tudo começou (cf. Gn 1,5); tudo é recriado, em Cristo, e começa de novo.
Uma breve declaração completa o v. 1: Jesus é o “Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. Eis a primeira manifestação da cristologia mateana.
A palavra grega “Cristo” traduz o termo hebraico “messias”, que significa ungido ou rei. Os reis de Judá e de Israel, de fato, eram ungidos ou marcados com azeite, recebendo, mediante esse solene rito, a força ou o Espírito de Deus, que os instituía e capacitava para desempenhar sua missão (cf. 1Sm 16,1-13). Por sua vez, a menção da dupla ascendência de Jesus, davídica e abraâmica, que completa a fórmula inicial, possui um sentido claro: Jesus é o messias esperado. O povo nascido da experiência do deserto e libertado da escravidão pelo Senhor, depois de sucessivos domínios estrangeiros, alimentava a esperança de que, um dia, Deus enviaria seu ungido para libertá-lo de toda opressão. A essa esperança, nascida da adversidade e alimentada pela certeza de que, um dia, tudo seria melhor, remete o começo de Mt. Não é de estranhar, pois “evangelho” significa precisamente “Boa Notícia”. Que melhor notícia poderia haver para os judeus, cuja esperança messiânica estava no auge, do que começar dizendo que Jesus é o messias esperado?
Observemos que Mateus começa afirmando que Jesus, o Cristo, é filho de Davi e de Abraão. Informações preciosas que nos fazem já supor os destinatários de sua obra. Ora, a quem interessa afirmar que Jesus é filho de Davi e de Abraão a não ser a judeus? Ajuntada essa informação primeira a outros dados do Evangelho (abundante retomada da Torah, expressões genuinamente judaicas, argumentação escriturística, etc), podemos dizer que os interlocutores de Mateus são cristãos de origem judaica. É para cristãos vindos do judaísmo que faz essa argumentação. Lucas, que trabalha com comunidades de gentios, usa outro tipo de escrita e linguagem.
Para demonstrar que Jesus é o messias esperado, Mateus se vale do gênero literário da genealogia, que era bem conhecido pela historiografia judaica: “Assim todo Israel se encontra registrado nas genealogias inscritas no livro dos reis de Israel e de Judá”(1Cr 9,1). Mediante o registro das sucessivas gerações, indicavam-se as origens deste ou daquele personagem e, sobretudo, condensavam-se longos períodos da História de Salvação, evidenciando como, a cada passo, o Deus da Aliança estava presente. É isso o que Mateus faz: tornar patente como, através das encruzilhadas da história, o nascimento de Jesus vai sendo pacientemente preparado, tecido, esperado. Porque, para Mateus, Jesus é, incontestavelmente, a meta das promessas da Antiga Aliança; o ponto de chegada da senda que Abraão iniciou; o acontecimento escatológico por excelência (ou seja, a Palavra última e definitiva de Deus para a humanidade).
Mais do que um documento histórico, a passagem comentada oferece uma composição literária que compendia a fé do cristianismo primitivo. Por detrás deste tanto de nomes elencados seguidamente, Mateus está dizendo que Jesus é o Cristo (v. 16b), assim como o Filho do Homem (cf. Mt 16,13) e o Filho de Deus (cf. Mt 1,18; 15,33). Observemos que a genealogia de Mateus é ao modo judaico, ou seja, é descendente: Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó... Bem diferente é a de Lucas, que ao modo gentílico, escreve uma genealogia ascendente. Não estamos, pois, diante de um catálogo “factual” dos antepassados de Jesus, ao modo dos nossos modernos registros de nascimentos, mas diante de uma página teológica. E é a partir dessa perspectiva que a genealogia deve ser lida; aliás, é desde essa perspectiva que deve ser lido todo o Evangelho.
Notemos que o primeiro nome que aparece na genealogia é o de Abraão, o pai da fé monoteísta, origem de todo judaísmo. Se Mateus começa pelo pai da fé, certamente é porque isso é importante para seus leitores. Mais um indício dos destinatários do texto de Mt: cristãos de origem judaica.
Conforme frisa o próprio evangelista (v. 17), a genealogia se divide em três séries descendentes de quatorze gerações cada uma, despontando, como núcleos estruturantes, o patriarca Abraão (v. 2-6a), o rei Davi (v. 6b-11), o exílio babilônico (v. 12-16) e, no final da terceira série, a pessoa de Jesus, para o qual tudo conduz. Assim, na primeira parte, encontramos os patriarcas; na segunda, os reis anteriores ao exílio babilônico e, na terceira, os reis pós-exílicos.
A organização matemática do listado corrobora seu caráter artificial e revela o enraizamento veterotestamentário do Primeiro Evangelho. O AT, de fato, superabunda em leituras da história e da realidade em chave numérica. Um exemplo eloquente disso é o livro dos Números, quarto livro do Pentateuco.
Muitas explicações têm sido oferecidas para justificar a disposição das gerações em torno do número quatorze. A mais provável é que o número quatorze faça alusão ao número de Davi. As letras do alfabeto hebraico, de fato, possuem valor numérico e a somatória das consoantes que conformam o nome do grande rei dá precisamente quatorze: 4 (D) + 6 (V) + 4 (D) = 14. Como Mateus insiste que Jesus é o novo Davi, ou seja, o messias esperado pelo povo do Senhor, parece oportuno dizer que são três gerações de quatorze. Jesus é o novo Davi, ou seja, sua messianidade e descendência davídica estão reafirmadas três vezes. Que ninguém duvide que ele é o messias, o filho de Davi que todos esperavam para realizar os sonhos de Israel.
Há ainda outras possibilidades de compreensão do número quatorze. Elas não eliminam a anterior, ao contrário, complementam-na. Vejamos. Três grupos de quatorze gerações resultam em quarenta e duas gerações, que decompostas formam seis grupos de sete. Seis é o número da imperfeição; sete é o número da perfeição. Deste modo, o evangelista pretenderia destacar a natureza verdadeiramente humana e, ao mesmo tempo, verdadeiramente divina do Senhor. Nada impede essa leitura! Mas o evangelista não disse seis grupos de sete. Disse três grupos de quatorze. O que faz pensar que há mais coerência na primeira explicação. Além disso, as duas naturezas de Jesus (divina e humana), explicitadas como as temos hoje, não estavam tão presente na cabeça do evangelista, que elaborava sua teologia a partir do mundo e da cultura hebraica e não do mundo e da cultura grega. Mas, de todo modo, não descartemos a possibilidade.
Na mesma linha, alguns advertem que quatorze é múltiplo de sete, que, por sua vez, é símbolo de plenitude. Algo semelhante pode dizer-se do três (o número de séries), que simboliza o completo e acabado. Mateus estaria nos dizendo que toda a história de Israel ganha plenitude em Cristo.
Em qualquer caso, uma coisa é certa: o evangelista manipulou as gerações, tirando e acrescentando nomes. É só observar como a genealogia de Mt e Lc não são coesas: Mt com 42 gerações e Lc com 77 gerações.Para eles tanto faz o número real de gerações; o que importa é a teologia que esta numerologia revela. Para Mt, três grupos de quatorze gerações é um argumento numérico persuasivo: Jesus é o conteúdo e a meta de toda esperança messiânica; ele é o novo Davi e nele se realizam as promessas que Deus fez a seu povo. Nele (e só nele) convergem e alcançam plenitude as promessas feitas por Deus a Abraão (cf. Gn 12,2-3; 13,14-18; 15), o pai de Israel, e a Davi (cf. 2Sm 7,1-17; 1Cr 17,1-15), o unificador das doze tribos. Portanto, quem quiser ver sua esperança realizada, deve olhar para ele. E isso vale não somente para a comunidade mateana, mas também para nós, seguidores de Jesus no tempo presente. Somente ele pode dar sentido à nossa vida, fortalecer o coração cansado, realizar nossa esperança.
O nexo entre as sucessivas gerações é realizado pela fórmula “Fulano gerou Beltrano”, que Mateus abandona no v. 16, para dizer: “Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo”. A expressão suscita alguns interrogantes: Por que Maria e não José está na origem de Jesus? Como afirmar a estirpe davídica de Jesus se José, descendente de Davi, não teve parte na sua concepção? Mateus só dá as respostas no relato seguinte (cf. Mt 1,18-25). Por enquanto, basta dizer que a tradução antes transcrita resulta pouco adequada para expressar o que está sendo dito no texto original (cf. Bíblia da CNBB). Melhor teria sido traduzir “da qual foi gerado Jesus”, pois o passivo teológico – utilizado nesta segunda alternativa – sugere, sem explicitá-lo, o que será revelado no próximo episódio: o menino é concebido pela ação do Espírito de Deus, ou seja, ele é dom que Deus dá ao mundo e não fruto da virilidade e do esforço humano.
Entretanto, uma coisa é evidente: embora José não apareça na origem da geração de Jesus, o certo é que toda a genealogia aponta, em primeiro lugar, para o esposo de Maria, pois dele depende, em última instância, o cerne da cristologia mateana. Jesus é, de fato, o messias esperado precisamente por pertencer, através de José, à casa de Davi. José é assim o indubitável protagonista da abertura de Mt. Ao contrário, de Maria não se oferecem maiores informações. Lucas vai se dedicar um pouco mais sobre ela e a literatura apócrifa posterior, visando preencher esse vazio, fez dela a filha de são Joaquim e de santa Ana – como foram conhecidos os avós maternos de Jesus pela tradição posterior.
Para o leitor contemporâneo, distante culturalmente da realidade palestinense do primeiro século, a abertura de Mt pode resultar enfadonha e pouco significativa. Estamos pouco familiarizados, de fato, com o gênero da genealogia. Mas, quem se atrever a depor suas resistências e a mergulhar de cheio na primeira página de Mt, ficará admirado.
A primeira lista das quatorze gerações nos convida a rememorar a história dos antepassados ali mencionados e a refletir sobre o mistério absolutamente gratuito do amor de Deus. A vocação de Abraão (v. 2) abre a história da promessa (cf. Gn 12,1-9). Terra e uma descendência numerosa como estrelas animavam seu coração (Gn 15,1-21). Mas o herdeiro não chegava e Abraão se impacientou. Concebeu, pois, um filho da sua escrava: Ismael (cf. Gn 16). Mas o filho da promessa, Isaac, finalmente chegou e, embora não fosse o primogênito, recebeu a herança paterna (cf. Gn 21,8-21). Jacó (v. 2) também não era o primogênito, mas isso não foi empecilho para que – mediante um prato de lentilhas e um questionável ardil – ganhasse a primogenitura e a bênção que correspondiam a Esaú (cf. Gn 25,27-34; 27). Outro tanto pode dizer-se de Judá (v. 2), instituído como líder dos seus irmãos, embora não fosse o maior (cf. Gn 49,8). Apesar de tudo, a promessa se abriu caminho e avançou até Jesus.
Quanto à segunda parte do listado, uma leitura atenta permite constatar que, dos reis anteriores ao exílio babilônico, alguns deles sobressaíram pela sua fidelidade à Lei de Moisés, como Ezequias (v. 9 – cf. 2Rs 18) e Josias (v. 10 – cf. 2Rs 22-23). Mas outros, ao contrário, foram infiéis, como Salomão, na sua velhice (v. 6 – cf. 11,1-13); insensatos, como Roboão (v. 7 – cf. 1Rs 12,6-11); ou idólatras e assassinos, como Acaz (v. 9 – cf. 2Rs 16,3-4) e Manassés (v. 10 – cf. 2Rs 21,6). O próprio Davi, destinatário das promessas messiânicas (cf. 2Sm 7,8-17), foi protagonista de uma obscura trama de adultério, iniquidade e homicídio (cf. 2Sm 11).
Finalmente, dos reis posteriores ao exílio, alguns são desconhecidos e, outros, pecadores declarados, como Jeconias (v. 12 – cf. 2Cr 9; Jr 22,20-29).
Surpreende também a incorporação de mulheres na lista mateana. Nisso também, Mt difere de Lc, que menciona, tão somente, os ancestrais masculinos (cf. Lc 3,23-38). A escolha do Primeiro Evangelista, aliás, resulta particularmente digna de admiração, pois recai sobre cinco mulheres que, por motivos diversos, são desconcertantes: Tamar, Raab, Rute, Betsabé e Maria. O senso comum teria sugerido remontar a ascendência de Jesus até alguma mulher ilustre, como Sara, mulher de Abraão; ou Rebeca, esposa de Isaac e mãe de Jacó. Mas Mateus foge, neste ponto, do senso comum. Anuncia, ao final das contas, a boa notícia de um Deus que, como essas mulheres, abala nossos preconceitos, desafia nosso olhar e nos desinstala.
Quem eram, pois, essas mulheres? Tamar (v. 3) estava casada com Her, primogênito de Judá, mas Her morreu. Tamar esperou que seu sogro lhe desse seu outro filho cumprindo o Levirato (lei que obrigava o parente mais próximo a desposar a viúva e dar-lhe um filho), mas ele se negou a fazê-lo, alegando que era jovem demais. Tamar enganou seu sogro Judá, vestiu-se de prostituta e seduziu-o. Do sogro, gerou Farés e Zara (cf. Gn 38). Raab (v. 5) era estrangeira eprostituta (cf. Js 2,1-21). Rute (v. 5) era moabita; provinha, portanto, de um povo inimigo (cf. Livro de Rute). Betsabé (v. 6) era esposa de Urias e traiu o marido tendo relações com o rei Davi (cf. 2Sm 11–12). Tornou-se depois sua esposa e foi mãe de Salomão. Todas essas mulheres aparecem, na genealogia mateana, não por terem sido modelos de virtude, certamente, mas por terem transmitido a vida e, com ela, a promessa. Todas elas comunicaram, em meio às trevas, a esperança da qual o povo se nutria. Finalmente, Maria (v. 16) estava prometida em matrimônio a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida. Coisa também bastante inusitada e que merecia punição severa na época. Mateus vai explicar depois que tal fato aconteceu pela força do Espírito, mas, em qualquer caso, pairava sobre a mãe do Senhor uma pergunta delicada: Como explicar a José, à família e à vizinhança o mistério realizado no segredo do coração? (cf. Mt 1,18-25). Observemos que Mt não tem medo de dizer que a história da salvação não é tão santa como desejamos, nem tão linear como pensamos: “Deus escreve direito por linhas tortas!”, diria nossa gente.
Em Jesus convergem, pois, não somente as promessas messiânicas, mas também os desejos, as ilusões, as fraquezas, a bondade e o pecado do povo eleito. Isto pode nos surpreender, mas não pode jamais nos escandalizar. Ao contrário, um Deus que se faz solidário conosco até o extremo de mergulhar-se, sem limites nem reparos, na nossa humanidade, afasta o medo e enche o coração de esperança.
* * *
Embora possa gerar certa resistência no leitor desavisado, a genealogia mateana condensa uma mensagem poderosa: Jesus é o messias esperado. Mas, esperado por quem? Esperado certamente pelo povo da Antiga Aliança e pela comunidade mateana. Mas também esperado por nós, eternos buscadores de novos horizontes, de força e de sentido. A lista dos antepassados de Jesus, aliás, nos anima a enxergar nossos erros, fraquezas e pecados de um modo diferente, pois, olhando para esses homens e mulheres que prepararam o caminho do Senhor, constatamos que, de fato, “Deus escreve direito por linhas tortas”.
Estudo anterior: 3. O Evangelho de Mateus: teologia e estrutura
Próximo estudo: 5. Filho de Davi e Filho de Deus (Mt 1,18-25)
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