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34. A veneração aos santos II

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24.11.2016 | 5 minutos de leitura
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34. A veneração aos santos II

Como já vimos, os santos são antepassados ilustres da fé (Eclo 44, 1-15): pessoas que viveram o amor ensinado por Jesus. A esses ilustres antepassados a gente venera, ou seja, motivados por seus exemplos, também nós nos comprometemos a dedicar nossa vida ao próximo por causa do evangelho de Jesus, prometemos nos empenhar para viver o amor em nome da fé cristã que nós professamos.


Além do exemplo dos santos, que é o mais importante, na devoção popular, criou-se também o costume de rezar para os santos, pedindo-lhes ajuda em alguma dificuldade. Muitos pensam que pedir aos santos é mais razoável que ir direto a Deus, pois eles são seres humanos como nós, capazes de se compadecerem de nossas fraquezas e sofrimentos. Mas, por trás dessa afirmação, há um equívoco: o de que Jesus, por ser Filho de Deus, não seria humano como nós. Ele é o Filho de Deus que se fez homem, totalmente homem. Ele sofreu como nós e por isso se compadece de nós. Sabe que não é fácil vencer as pelejas da vida e obedecer sempre a Deus. Por experimentar essa realidade humana tão plenamente, ele é o verdadeiro intercessor e mediador junto ao Pai.


Bom, se é assim, e os santos? A Igreja ensina que os santos são pessoas que, em vida, sempre rezaram e fizeram o bem pelos outros. Estando agora junto de Deus, podemos imaginar que continuem a nos desejar o bem e a orar por nós. Ao rezar aos santos, lembramos a solidariedade que existe entre nós e eles, e pedimos que se unam a nós em busca do bem que desejamos. Mas não podemos perder de vista que não são os santos que atendem as nossas preces. Deus é que nos atende. Ele – Deus e não os santos – é o autor de todo bem. O melhor meio de rezar é entregar nossa vida a Deus, por meio de Jesus, na força do Espírito. Assim, a oração nos coloca em comunhão com a Trindade Santa. Podemos nós também, e devemos, nos dirigir a Deus, nosso Pai do Céu, que nos conhece e nos ama. Podemos pedir que os santos também se dirijam a Deus conosco, e não em nosso lugar, como se nós não fôssemos dignos de nos dirigir a Deus. Assim, não rezamos apenas aos santos. Rezamos com os santos. Em comunhão com eles que se esforçaram para viver sempre em comunhão com Deus. Depois de uma vida provada na fé, eles vivem em comunhão com Deus. A comunhão deles nos une a Deus. Estar em comunhão com eles é fazer comunhão com Deus que os santificou.


Sobre rezar, é bom explicar que Deus sabe de tudo que precisamos. O Evangelho de Mateus diz que Deus sabe de tudo que precisamos (cf. Mt 6,8). Ele é um pai atento às nossas necessidades. Então, para que rezar? Reza-se não para dizer a Deus o que ele já não sabe, muito menos para fazer Deus mudar de ideia, como se ele fosse um pai que ignora a história de seus filhos. Reza-se para ficar em comunhão com ele, porque dessa comunhão emana a força para superar toda dificuldade. A verdadeira graça que se deve buscar na oração não é um favor, nem a solução de um problema, como uma cura ou um milagre, mas a comunhão com Deus que ajuda a superar todos os problemas. E ainda que alguns problemas não tenham solução, não se rezou em vão. A comunhão com Deus por meio da oração é uma graça sem conta. Nada se compara a ela. Nenhum momento de oração bem vivido é perda de tempo; nenhuma experiência religiosa verdadeira pode ser vã.


Também na hora de agradecer, o povo costuma ficar perdido, sem saber a quem dirigir o agradecimento. Na missa, por exemplo, não é incomum rezar em ação de graças a Nossa Senhora, a São Judas, etc. Alguns pensam que se deve agradecer aos santos, porque eles lhe alcançaram a graça pedida junto de Deus. No entanto, devemos agradecer a Deus, pois Deus é o Senhor de tudo e é ele quem nos socorre sempre. Ele é o autor de todo bem. E a Missa é ação de graças a Deus por Jesus Cristo na ação do Espírito. Não faz sentido dar ação de graças a outro que não ao Pai, que ressuscitou Jesus dentre os mortos e, na vida de Jesus, acolhe nossa vida como oferta. Lembremo-nos: os santos são nossos antepassados na fé; eles sinalizam o caminho do amor. Não são funcionários de Deus a nosso serviço. Rezar a eles na verdade é rezar com eles ao Pai; é colocar nossa vida em comunhão com eles trilhando nossos passos no caminho da santidade.







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