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33. A veneração aos santos I

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17.11.2016 | 5 minutos de leitura
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33. A veneração aos santos I

A fé que temos hoje não foi inventada por nós; foi herdada dos nossos antepassados. Jesus conviveu com os apóstolos, suas primeiras testemunhas. Os apóstolos passaram adiante a experiência de fé que fizeram no seguimento de Jesus. Essa experiência chegou até nós cruzando o tempo, porque foi assumida e vivida por tantos outros que também viveram e transmitiram a fé às gerações vindouras. Pertencemos a uma Igreja cuja história é repleta de pessoas que seguiram Jesus e acreditaram na sua Palavra. São os nossos antepassados na fé. A eles veneramos e chamamos de santos.


Esses nossos ilustres antepassados (cf. Eclo 44,1-15) fizeram a parte que lhes cabia, cumpriram sua missão. Viveram o amor, acreditaram no evangelho, dedicaram-se com afinco à construção do Reino de Deus, um mundo mais justo e mais fraterno para todos. Hoje, cabe a nós viver bem a fé e deixar um bom testemunho de vida para os que virão depois de nós. Um dia, nós seremos os antepassados das próximas gerações. E assim a experiência de fé vai ultrapassando as gerações e seguindo adiante.


Acontece, porém, que nem todos os que vieram antes de nós são assim tão santos. Algumas pessoas passam pela vida e deixam exemplos marcantes, mas outras não deixam um rastro tão bom assim. Por isso, nossa Igreja, antes de chamar alguém de santo, tem o costume de analisar cuidadosamente a vida dessas pessoas para ver se, de fato, elas têm a vida provada na fé e no amor. Só depois de um processo longo e criterioso, a Igreja as canoniza caso sejam mesmo verdadeiros seguidores de Jesus. Ao canonizar alguém, ou seja, ao dizer que a vida da pessoa passou pelos critérios de santidade da Igreja, é costume manter sua imagem nos templos sagrados. É o caso dos santos que hoje nós católicos veneramos. Quem nunca ouvir falar de  Santo Antônio, Santo Agostinho, São Francisco de Assis, Santa Teresa d’Ávila, Santa madre Teresa de Calcutá e de tantos outros? Foram pessoas de grandes virtudes; homens e mulheres que se destacaram no seguimento de Cristo. Tendo analisado a vida deles, vendo que viveram o amor e por causa desse amor entregaram suas vidas, a Igreja os declarou santos. Assim, pela vida dos santos, a Igreja nos mostra como é possível seguir Jesus.


A veneração aos santos tem, pois, um lado pedagógico. Eles são exemplo de fé; são testemunhas do Ressuscitado; são pessoas cujas vidas deixaram marcas na história. Conhecer a vida desses santos é salutar. Ajuda-nos a perceber que o caminho do evangelho é mesmo possível, não é uma utopia. Mas nós não seguimos os santos. Seguimos Jesus que é caminho, verdade e vida.


Em um mundo marcado por fraquezas, muitos se perguntam se é possível ser santo, se é possível seguir de fato o caminho de Jesus. Será que os ensinamentos de Jesus não são uma utopia, um caminho impossível de trilhar? Será que é possível ser santo? Ora, no começo do cristianismo, todo cristão era chamado de santo. Paulo saúda os santos das comunidades para as quais ele escreve. Com o tempo, a palavra santa foi sendo usada exclusivamente para os canonizados, mas todos somos de algum modo santos. Não porque não temos pecado; não é isso! Mas porque fomos chamados por Deus, em Cristo, para sermos santos. Ao canonizar alguém, a Igreja nos recorda nossa vocação à santidade. Ela nos incentiva a olhar para a vida dos santos, a perceber a dedicação deles a Jesus e a imitar o exemplo de suas vidas. Isso nos aproxima mais ainda de Jesus; ou melhor, nos santifica.


Convém lembrar que tomar os santos como modelo não quer dizer que devamos fazer as mesmas coisas que eles fizeram, como um imitador que repete o que o outro faz ou diz. Os tempos mudam. Gestos que séculos atrás foram interpretados como sinais de fé, hoje poderiam soar como ações sem sentido. Dizem que São Francisco brigou com seu pai, que não queria que ele seguisse a vida religiosa, e saiu de casa, deixando com o seu pai até a roupa do corpo. Isso na época foi entendido como um grande desejo de servir a Cristo, mesmo contra a vontade do seu pai. Hoje, ninguém precisa sair pelado por aí só porque admira São Francisco de Assis. Devemos dar nosso testemunho de acordo com o nosso tempo. O que seria hoje um gesto sincero que expressa o nosso desejo de servir a Jesus, mesmo contra a vontade dos outros? Cada época exige um tipo de seguimento, ou seja, exige atitudes de fé e coragem para viver o amor que Jesus nos ensinou.







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