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24. Nossa Igreja é apostólica

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18.11.2015 | 4 minutos de leitura
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24. Nossa Igreja é apostólica

Quando nossa fé começou a ser difundida, não brotou do nada, feito geração espontânea, sem raízes na história. Nasceu de um grupo de apóstolos, ou seja, discípulos-missionários que, tendo assumido a fé, difundiram-na por meio do testemunho.


No começo foi assim. Jesus saiu pela região da Galileia pregando. Para difundir sua palavra formou um grupo de discípulos que também contribuíam com o anúncio do Reino de Deus. Quando Jesus morreu, esses apóstolos e ainda muitas outras pessoas que o seguiam fizeram uma experiência única: experimentaram em sua vida a presença de Jesus ressuscitado. Parecia tudo muito estranho, mas era isto mesmo: Jesus havia morrido, mas continuava vivo entre eles. Essa experiência da ressurreição foi algo tão forte que mudou a vida desses primeiros seguidores de Jesus. Desde então, eles passaram a testemunhar essa fé e ela foi se difundindo até chegar a nós hoje.


No percurso, muitos atropelos aconteceram. Surgiram outras vertentes da fé, outros modos de crer em Jesus, outros modos de compreendê-lo. A Igreja entendeu que esses modos não estavam de acordo com a fé dos apóstolos. E foi assim: toda vez que aparecia uma dúvida em relação à fé, recorria-se às origens para se certificar se era compatível com a fé dos apóstolos. Daí a nossa Igreja ser dita apostólica. Ou seja, suas raízes, seu fundamento, é a fé dos apóstolos, o testemunho que eles nos deram.


Ter uma fé apostólica não é coisa que se despreze. É dizer que a fé tem raízes, tem solidez, tem fundamentos. Nossa fé não é inventada; não vem de uma revelação que alguém teve, nem de um anjo ou um espírito que pudesse tê-la difundido. Nossa fé está encarnada na história, cujos fundamentos remontam aos primeiros seguidores de Jesus, aqueles que viveram com ele lá na Galileia e, depois de sua morte, experimentaram sua ressurreição.


Nenhum de nós católicos tem a pretensão de ter inventado a fé. Nós não dormimos, tivemos um sonho revelador à noite, e levantamos todo animadinho dizendo: “Vou fundar uma Igreja, pois Deus me revelou um modo de crer”. Não! Nós não inventamos nossa fé; nós a recebemos. Ela nos vem daqueles que antes de nós a professaram e a testemunharam. Ela nos foi transmitida. Nós a recebemos como um dom, uma oferta de amor. Ela nos foi proposta e nós a acolhemos porque reconhecemos que ela faz sentido e que dá sentido à nossa vida. Assim como os apóstolos experimentaram o Ressuscitado, também nós – quando acolhemos a fé que nos foi transmitida – fizemos uma experiência singular: percebemos que um mistério de amor, bem maior que nós, nos envolve, nos interpela, nos convida à comunhão. Fizemos também a experiência do Ressuscitado. E isso foi tão significativo para nós que não quisemos mais viver de outra forma senão seguindo Jesus, que está vivo agindo na nossa história, como nosso companheiro e amigo.


Ora, nós acreditamos no testemunho dos apóstolos. Esse testemunho nos pareceu digno de fé. E, assim como eles, nos entregamos a um mistério. Essa fé não pode ser provada como se prova que dois e dois são quatro. Essa fé é um salto no escuro: um salto nos braços do Pai de Jesus, aquele que Jesus nos revelou como amor. Alguns podem achar estranho. Como podem acreditar em algo que não veem, em algo que não tem nenhuma garantia? A ressurreição de Jesus não pode ser provada no sentido moderno do termo, como uma reação química num laboratório ou uma experiência da física. Até mesmo o túmulo vazio relatado pelos Evangelhos não serve de prova da ressurreição, pois sabemos que os relatos não são factuais e a ressurreição não é a revivificação de um cadáver. É muito mais do que isso. Então, como crer? Esta é a aporia da fé: sua única garantia é a experiência de fé dos primeiros cristãos, ou seja, o testemunho de fé dos apóstolos. A garantia da fé vem da própria fé. Pode parecer estupidez para alguns, mas não para nós que cremos. Como disse o apóstolo Paulo: “para uns é loucura; para outros, escândalo; mas para nós que cremos é salvação” (1Cor 1-23).


Eis a importância de afirmar a apostolicidade de nossa fé. Dizer que a fé é apostólica é dizer que ela remonta aos apóstolos e à sua experiência do Ressuscitado. É dizer que não a inventamos, mas a recebemos. Certamente não é dizer que ela veio diretamente dos apóstolos, mas é afirmar que sua medida é a experiência que eles fizeram e nos deixaram como legado.







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