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19. O cumprimento da promessa

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30.07.2015 | 5 minutos de leitura
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19. O cumprimento da promessa

Se tem uma coisa da qual o povo da Bíblia não duvida é de que Deus é fiel e cumpre suas promessas. A Escritura não se cansa de tomar esse tema em seus relatos: “Deus não é homem para que minta” (Nm 23,19); “Deus é fiel e não há nele injustiça” (Dt 32,4); “A fidelidade do Senhor subsiste para sempre” (Sl 117,2); “Fiel é Deus” (1Ts 5,24) e ainda “Fiel é o Deus que nos fez sua promessa” (Hb 10,23). Ora, se Deus é fiel – e cremos nisso! – então suas promessas não são palavras ao vento; são força transformadora na nossa vida.


Na despedida de Jesus dos seus apóstolos, narram os Evangelhos que Jesus reafirmou uma antiga promessa de mandar seu Espírito Santo para os seus. Essa promessa se encontra no AT. No livro do profeta Ezequiel, o povo, vendo sua incapacidade de viver na esperança quando exilado de sua terra natal, foi encorajado por Ezequiel a confiar que Deus estava com eles, mas não como algo externo, de fora, mas como aquela força que age desde dentro, no coração humano. “Eu vos darei um coração novo e porei em vós um Espírito novo. Removerei de vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei em vós o meu Espírito...” (Ez 36,25-27). Jesus reafirma essa promessa e avisa: “Eu enviarei sobre vós o que meu Pai prometeu; permanecei na cidade até que sejais revestidos do poder do alto” (Lc 24,49). E a promessa se cumpriu. Nos Atos dos Apóstolos, lemos o belo relato da descida do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus no dia de pentecostes.


Pentecostes era uma antiga festa do povo hebreu. Primeiramente, foi celebrada como a festa da colheita. “Deus é bom e nos ajuda a cultivar a terra; é ele quem nos dá todos os dons que colhemos!”, pensava o povo. Depois de fazer a experiência do Monte Sinai, ou seja, de receber a Torah como sinal da aliança com Deus, o povo entendeu que maior dom não há que a Palavra de Deus. “Ela sim é o fruto bendito que nos alimenta”, pensaram eles. E chegaram até a escrever: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Dt 8,3). Desde então, o povo hebreu passou a celebrar pentecostes, como a festa da Torah, o fruto bendito dado por Deus para os alimentar na caminhada. É nesse contexto que Lucas narra a descida do Espírito Santo.


Reunidos em oração, os discípulos esperavam a força do alto para dar conta da missão de testemunhar o Ressuscitado, anunciando sua palavra ao mundo. Lucas conta que um vento forte soprou, um barulhão se fez e, como se fossem línguas de fogo, desceu sobre eles uma força do alto. Símbolos bonitos usa o evangelista. Todos eles plenos de sentido e remetem o leitor ao relato do AT, da entrega da Lei a Moisés. O barulho significa o poder, a ação de Deus. O vento significa a vida que tal dom comunica. O fogo é aquele que purifica, separa as impurezas, queima os medos e receios. E as línguas são sinal da comunicação de Deus. Lucas está dizendo que a Torah, dada no Sinai ao antigo povo de Israel, agora é dom de Deus para todo aquele que crê em Jesus, seu Filho, na forma de uma nova Lei inscrita no coração, não mais em pedras ou tábuas. E os seguidores de Jesus entenderam bem a mensagem: assumiram essa força do Espírito e, com coragem, saíram anunciando a presença do Ressuscitado no mundo.


Desde, então, todo aquele que crê em Jesus sabe que não está mais sozinho. Na sua infinita bondade, Deus cumpriu sua promessa. Mandou seu Espírito Santo e permanece em nós, no íntimo de nós mesmos. Sua presença é o dom maior que poderíamos receber. Ficamos, pois, por sua força, capacitados para a missão que ele nos confiou: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). E foi assim que nos tornamos comunicadores da boa-nova, do evangelho. Não por força nossa; não por nosso mérito, mas por pura graça de Deus que nos comunicou o seu Espírito. Seu Espírito nos capacita a comunicar sua palavra; ele age em nós nos impulsionando a testemunhar tudo que temos vivido na sua presença transformadora. Tornamo-nos suas testemunhas, comunicadores de sua presença viva entre nós, e – por causa dele – nos colocamos a serviço de seu povo, de sua Igreja e de toda a humanidade. Aquele que defendeu a pessoa humana em primeiro lugar, acima de toda lei, de todo costume e de todo culto, nos obriga – por força do seu Espírito – a continuar sua missão: defender a vida, esse dom tão raro e tão frágil.


E a catequese? O que tem com isso? Muita coisa. Não basta à catequese ensinar as verdades da fé, nem mesmo tentar explicar que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Ela precisa ser ocasião de novo pentecostes. Cada catequizando deve experimentar também a força transformadora do Espírito que o capacita a seguir Jesus e a se colocar a seu serviço.







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