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51. O Senhor é convosco

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15.09.2022 | 1 minutos de leitura
Pe. Valmir Andrade dos Santos – PODP.
Para Pensar
51. O Senhor é convosco
O segundo verso da primeira parte da Ave Maria fortalece a afirmativa anterior; “cheia de graça”. Na Bíblia, quando uma pessoa tem um serviço significativo recebe de Deus a garantia de que não ficará desassistido. É o caso da vocação de Isaac (Gn 26,3. 24; Jacó (Gn 28,15), de Moisés (Ex 3,10-12; 4,12); de Gedeão (Jz 6,12) e de Jeremias. Frequentemente, a frase “o senhor é contigo” ocorre na perspectiva da aliança. Deus quer fixar presença perene e salvadora na vida daqueles que acolhem seu chamado (Gn 21,22; 26,3; 24,28; 31,3; Ex 3,12; 18,19; Dt 20,1; 31,8-23; Js 1, 5.9; 3,7; Jz 6,12; Rt 2,4). Trata-se de algo sublime que comprova a dileção divina.
O termo Senhor (Adonai) substitui o nome de Deus, que é pouco pronunciado pelos judeus em sinal de respeito. O sentido exato e literal é: “Deus esteja contigo”. Deus se faz presente na vida de Maria por seu Espírito (Lc 2,25). Fica firmada uma aliança entre Maria e o seu Deus. Não é à toa que ela ganhou o título de “arca da aliança”. No AT, o Espírito sempre assistiu profetas e reis, conduzindo-os por sua graça. Em Maria, o Espírito encontra habitação permanente.
Ao ouvir a boa nova, Maria se espanta. Não era para menos. Deus a chama para participar de coisas grandes. Quando Maria recebe a explicação do anjo, decide-se a responder afirmativamente o convite de Deus e vai adiante na fidelidade ao seu Senhor. Certamente, sua resposta não está isenta de medo. 
Há dois tipos de medos. O medo fechado, que não nos deixa crescer, e o medo aberto, que é vencido pela força daquele que nos convoca. Maria tem medo, mas segue adiante no firme propósito de ser a serva do Senhor. Segue experimentando medo e confiança ao mesmo tempo. Medo, pois não é ingênua e sabe das dificuldades que se seguirão. Confiança, pois sabe em quem depositou sua fé. 
Também nós devemos nos perguntar se, apesar do medo, seguimos firmes na promessa de Deus. Assim como Maria, no momento crucial da decisão, encontramo-nos sozinhos, mas não abandonados pelo Senhor.

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