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47. Homilia

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19.02.2015 | 3 minutos de leitura
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47. Homilia

Desde tempos mais remotos, foi introduzido nas liturgias católicas o costume de se fazer uma reflexão ou ensinamento depois da proclamação da Palavra de Deus, normalmente realizada pelo presidente da celebração. Durante muito tempo, tal reflexão ganhou o nome de sermão. O padre, que presidia a missa, aproveitava o horário para advertir, admoestar e corrigir o povo. Falava-se com pulmões inflamados e batia-se no púlpito em alguns momentos, dando mais veemência ao que era dito. Tal reflexão passou a ser chamada também de “prática”, a ponto de alguns dizerem a “prática de padre Fulano é boa” ou, em outros casos, “ela é fraca”. Quando tal frase era pronunciada, aquele que a afirmava não estava se referindo à vida ética do presbítero, mas à sua capacidade de argumentar, convencer, explicar... Tratava-se muito mais de uma questão de retórica e eloquência do discurso que de uma vida coerente, ou seja, da práxis cristã.


Ainda hoje, a Igreja conserva no ritual um espaço para a reflexão acerca da Palavra de Deus nas celebrações litúrgicas. O nome que esta conversa ganhou é homilia. E homilia é isto mesmo: uma conversa do pai com seus filhos num momento de reunião. Quando reunida em torno da Palavra de Deus, a assembleia deseja absorver seu sentido mais profundo, sorver cada gota de sentido que a ajude a bem viver. Então, o presidente da celebração, com cuidado de pai, tem a tarefa não de explicar os textos, mas de introduzir os fiéis no mistério celebrado. Às vezes, para fazer esse caminho, algumas explicações são necessárias. Mas a homilia não é uma aula, nem mesmo uma explicação didática do texto bíblico. Quando os textos são proclamados, a assembleia é mergulhada num mundo de significações, numa experiência de Deus que a comunidade originária – que escreveu o texto – vivenciou.


Ora, é essa experiência de fé que a comunidade orante atual também precisa e deseja fazer. Por meio da homilia, o presbítero deveria ajudar os participantes da liturgia a também experimentarem o mesmo Deus que se revela nas Escrituras Sagradas que foram proclamadas. Esse é objetivo da homilia, não outro. Dar recados, fazer sermões de fundo moral ou explicar doutrinas tem seu espaço próprio em sites, quadros de avisos, cursos, aulas... Na homilia, ajudemos nossa gente a conhecer as Escrituras com o coração, um conhecimento desde dentro e não desde fora. O coração deseja conhecer o Deus vivo. Fica aí a dica!







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