192. Reminiscência (II)
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12.02.2021 | 1 minutos de leitura

Poesia

“Cê já pôs fogo no fogão?”,
Gritou minha mãe atolada em costuras.
“Daqui a pouco seu pai chega quereno banho”.
Meu pai chegava cansado da roça,
A botina fedia a gado e ele tinha cheiro de mato.
Nos braços, um pesado cacho de banana.
Como um cirurgião com seu bisturi, começava a operar.
Meus olhos de criança acompanhavam cada movimento.
Esfregava o canivete na pedra de amolar,
Limpava a navalha nas barras da calca,
Prendia o cacho entre as pernas,
Sangrava as pencas com maestria.
Uma a uma ia arrancando-as do cacho,
Dispondo-as numa corda no céu da cozinha.
Um varal de delícias diante de meus olhos,
Sendo preparado para a festa da prole.
Gritou minha mãe atolada em costuras.
“Daqui a pouco seu pai chega quereno banho”.
Meu pai chegava cansado da roça,
A botina fedia a gado e ele tinha cheiro de mato.
Nos braços, um pesado cacho de banana.
Como um cirurgião com seu bisturi, começava a operar.
Meus olhos de criança acompanhavam cada movimento.
Esfregava o canivete na pedra de amolar,
Limpava a navalha nas barras da calca,
Prendia o cacho entre as pernas,
Sangrava as pencas com maestria.
Uma a uma ia arrancando-as do cacho,
Dispondo-as numa corda no céu da cozinha.
Um varal de delícias diante de meus olhos,
Sendo preparado para a festa da prole.