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Retiro de preparação para a Primeira Comunhão: Confissão (2)

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17.12.2015 | 13 minutos de leitura
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Retiro de preparação para a Primeira Comunhão: Confissão (2)

Solange Maria do Carmo

Padre Geraldo Orione de Assis Silva


5. Segunda reflexão


O SACRAMENTO DA CONFISSÃO


(Reunir a turma novamente, assentar em círculo e cantar algo bem suave para recomeçar)


- Já falamos que o pecado está presente na vida do discípulo. E vimos que o perdão de Deus é o meio de nos libertarmos de nossos pecados. Ninguém precisa ficar escravo do pecado. Deus, com seu perdão, nos liberta de todo pecado. Foi pensando nisso que se instituiu o sacramento da confissão, também chamado de reconciliação ou penitência. A Igreja sempre acreditou que o perdão de Deus é algo fundamental no caminho do discípulo, que está sempre sujeito a errar e a desanimar no propósito de seguir Jesus.


- E foi inspirada em textos do Evangelho que falam sobre a necessidade do perdão que a Igreja se fundamentou para incentivar a prática da confissão. Vejamos por exemplo o texto de Jo 20,19-23. (Ler o texto na Bíblia)


- Jesus ressuscitado se manifesta entre os apóstolos. A primeira coisa da qual ele fala é da paz. Não dá para viver bem sem a paz. Os apóstolos de Jesus haviam fugido na hora da cruz. E tinham deixado Jesus sozinho, sem amparo, sem amizade, sem socorro. Foi um pecado muito grande, uma traição a uma amizade tão sincera e tão verdadeira que Jesus tinha lhes dedicado.


- Então, eles estavam meio sem jeito com Jesus. Eles estavam sentindo a presença de Jesus. Eles sabiam que ele tinha ressuscitado. Mas eles não estavam em paz: suas consciências os acusavam, seus pecados os atormentavam. Então foi preciso Jesus lhes devolver a paz, a paz que vem do perdão, do amor misericordioso de Jesus que tudo perdoa. Só assim eles estariam prontos para retomar o caminho do discipulado. Só assim eles poderiam viver em comunhão, em amizade com Jesus ressuscitado.


- E depois disso, Jesus ainda lhes pediu que também perdoassem as pessoas. A experiência do perdão que eles fizeram, eles deveriam transmitir. Daí nasceu o sacramento da confissão. Da vontade da Igreja de devolver a paz a todos os corações e do desejo de partilhar a alegria de ser perdoado.


- O sacramento da confissão é um sacramento de amor; só quem ama perdoa. E por que se chama confissão? Porque nesse sacramento nós procuramos um representante da Igreja (um ministro ordenado – padre ou bispo) e confessamos nossos pecados.


- Mas será que é preciso mesmo contar os pecados? Não dá para contar diretamente para Deus? A gente tem sempre medo de falar das coisas ruins e difíceis que existem em nossa vida. Gostamos apenas de falar das coisas boas. Mas é importante a gente ter alguém de confiança para nos orientar, para nos ouvir e conversar conosco. É bom ter com quem falar abertamente das nossas dúvidas, dos nossos problemas, dos nossos limites e pecados; alguém capacitado para ajudar a avaliar a nossa vida e, principalmente, alguém de fé que nos ajude a nos aproximar de Deus quando estamos mais fragilizados por nossas misérias.


- Na confissão, o padre é esse alguém que tem a tarefa de nos ouvir, nos acolher e nos orientar no caminho de volta para Deus. Ele representa Jesus, que sempre acolheu e perdoou os pecadores. Por isso, devemos nos aproximar do padre com tranquilidade e confiança. Ele não vai se assustar com nossos pecados. Ele já conhece a fraqueza humana e sabe que Jesus sempre foi misericordioso com os pecadores e é assim que ele deve ser também. E não é preciso ter medo de o padre contar tudo para os outros. A confissão goza do maior sigilo. Ninguém vai ficar sabendo de suas fraquezas e pecados.


- Mas, como confessar? Bom, primeiramente é preciso saber que a confissão não é uma arguição ou prova. O Padre não vai fazer perguntas sobre os mandamentos, nem sobre os sacramentos, nem sobre as leis da Igreja. A confissão não é um teste para saber se vocês podem comungar. Não é isso. Ela é um momento para avaliar, diante do ministro da Igreja, os caminhos que a gente vem seguindo, as escolhas que a gente vem fazendo. Por isso, é preciso falar das faltas, dos pecados, dos enganos que a gente pode ter cometido.



- Então, vamos lá. Vejamos alguns passos da confissão.


1º) Exame de consciência: a primeira coisa importante para fazer uma boa confissão é parar um pouco, pensar na vida, nos enganos, nos erros que cometemos. Foi o que fizemos há pouco. É preciso ver o que há de bom em nós para poder valorizar isso; e é necessário também ver o que há de mau para poder enfrentar com coragem essas fraquezas. Quem nunca avalia sua vida corre o risco de ir caminhando sem saber para onde vai. Um bom costume é sempre fazer essa avaliação antes de dormir: a gente agradece a Deus o que teve de bom no dia, pede perdão pelo que teve de ruim e busca a força do seu Espírito para vencer as dificuldades.


2º) Confissão: o segundo passo é procurar o padre e conversar com ele sobre a avaliação que a gente fez e falar como anda nossa vida. Pode ser que o padre faça alguma pergunta, mas só para entender melhor o que a gente diz, é só para nos ajudar melhor. A gente pode falar tudo, sem medo.


3º) Contrição: é costume o padre pedir para a gente rezar uma oração, que se chama “Ato de contrição”. É uma oração bonita que a gente faz, pedindo perdão pelos pecados e prometendo se esforçar para vencê-los. Essa oração pode ser alguma que a gente sabe de cor, ou uma oração espontânea, conversando com Deus. Se a pessoa ficar insegura, pode até levar o ato de contrição escrito, para não correr o risco de esquecer na hora.


(Segue abaixo um modelo de Ato de contrição, que pode ser decorado por todos, pois é muito simples e fácil.)









Meu Deus e meu Pai, eu lhe agradeço porque o Senhor me ama e me ajuda sempre. Peço sua força para vencer minhas fraquezas e superar os meus pecados. Venha me ajudar com sua luz e me perdoar pelas vezes que errei. Prometo me esforçar para melhorar cada vez mais. Amém.

4º) Absolvição: terminada a conversa, o padre faz uma oração perdoando os pecados em nome de Deus e da Igreja.

5º) Penitência: é costume o padre dar uma penitência para quem se confessa, ou seja, sugerir que a gente faça alguma coisa para mostrar que estamos agradecidos a Deus. É preciso fazer um gesto concreto que mostre nossa boa vontade e gratidão. Significa o nosso compromisso de melhorar, corrigindo aquelas coisas que estão meio esquisitas em nossa vida.



6. Esclarecendo questões


- Talvez a turma tenha dúvidas sobre estes assuntos. O catequista ajude a esclarecer. Eis alguns pontos que costumam gerar dúvidas.




  • A comunhão pode ser recebida na boca ou na mão. O mais comum atualmente é receber na mão. Coloque a mão esquerda por cima da mão direita. O padre colocará a hóstia na sua mão esquerda. Com a mão direita, você pega a hóstia e a coloca na boca, ainda diante do padre ou do ministro. Não saia carregando a hóstia pela igreja afora. Nem pegue a hóstia diretamente da mão do padre. Estenda a sua mão e o padre colocará nela a hóstia. Isso evita que a hóstia caia no chão. Se a comunhão for dada em duas espécies (o corpo e o sangue de Cristo), o padre vai pegar a hóstia e molhar no cálice. Nesse caso, o costume é receber a comunhão na boca, porque não tem como pegar a hóstia molhada. Diga amém e abra a boca. O padre ou ministro colocará a hóstia diretamente em sua boca.

  • E se a hóstia grudar no céu da boca? Não tem problema. Isso pode acontecer. Aja com naturalidade e retire a hóstia com a língua. Melhor do que enfiar o dedo na boca.

  • E se a hóstia cair no chão? Se isso acontecer, o padre pegará a hóstia e te dará outra. Se a hóstia cair, não é porque a pessoa tenha pecados. É porque, na hora de comungar, às vezes, a mão do padre tremeu ou você não estendeu a mão direito. É comum acontecer, por causa da pressa de comungar. Mas não é sinal de pecado.

  • E se o padre me der duas hóstias coladas uma na outra? Comungue as duas, não tem problema. Acontece que as hóstias podem colar uma na outra e não tem como separar. Então, comungue as duas, sem problema.

  • Posso mastigar a hóstia? Em geral, a hóstia se derrete facilmente na boca. Mas se a boca estiver seca, ela pode agarrar. Você pode mastigar e engolir, como faz com os alimentos. Mas faça isso discretamente. Não fique mascando, como se fosse chiclete. (Aliás, por falar nisso, nunca se deve participar da celebração mascando chiclete. É uma falta de educação imensa. Ao entrar na igreja, jogue a bala ou chiclete fora).

  • O que faço depois da comunhão? Volte para o seu lugar e continue cantando. Depois do canto, haverá um momento de oração para agradecer a Deus. Não se deve comungar e ir para a capela do Santíssimo, até porque, nesse momento, o santíssimo não está na capela. Também não parece bom comungar e ficar ajoelhado rezando, quando todos estão cantando. O certo é comungar, voltar para o lugar e continuar cantando. Pode ficar assentado mesmo. Depois se faz o momento de oração em silêncio.

  • O que faço se esquecer algum pecado na confissão? É comum esquecer pequenos pecados. Para evitar isso, você pode fazer uma lista por escrito. Mas na confissão Deus perdoa também os pecados que foram esquecidos. Em geral, quando a gente esquece, é porque o pecado não tinha tanta importância assim. Se tiver esquecido um pecado e achar que é importante, pode voltar e dizer ao padre o que esqueceu. O que não pode é deixar de contar alguma coisa, quando está lembrando, por causa de medo, vergonha ou outra razão. Omitir um pecado, sem esquecimento, é um erro grave. Não precisa ter vergonha. Conte tudo, abra o seu coração, como se estivesse diante do próprio Jesus que acolhe e aconselha a todos.

  • Toda vez que for comungar eu preciso me confessar antes? Não. A gente comunga toda vez que participar da celebração da Eucaristia. E só precisa se confessar quando tiver um pecado mais grave. Depois da primeira comunhão, deve-se comungar sempre. Se tiver cometido apenas pequenos pecados, pode comungar também. Se cometer um pecado mais grave, então procure a confissão de novo, para pedir perdão e renovar o propósito de vencer as fraquezas.
    Ao procurar a confissão novamente, o padre vai perguntar quanto tempo tem que você não se confessa. Tente se lembrar disso antes. O padre quer saber disso para avaliar se você está pecando muito em pouco tempo ou se, tendo passado muito tempo sem se confessar, você tem apenas pecados leves. Isso ajuda a entender como anda a sua vida espiritual, se você precisa de alguma ajuda especial para superar algum pecado que venha se repetindo muito. Ao falar do tempo, seja claro: diga há quantos meses ou anos você se confessou pela última vez. Procure evitar expressões vagas, como “tem um tempão que não me confesso!” O padre não saberá o que é um tempão ou um tempinho.

  • Preciso me confessar todo ano? A Igreja aconselha a fazer a confissão dos pecados ao menos uma vez por ano. Mas isso se você tiver pecados mais graves. É bom confessar uma vez por ano, ao menos. Mas se você conseguir passar o ano todo sem pecado, ou até mais, não está obrigado a se confessar de novo. Pode continuar comungando.

  • Se eu estiver com pecado grave, posso comungar? Não. Nesse caso, procure antes a confissão, para depois comungar. Pode falar com o padre que você deseja se confessar. Ele vai encontrar um momento para atender você.

  • A catequese acaba depois da primeira comunhão? Não! Vamos guardar com muito carinho que a comunhão não é o fim da catequese. Ao contrário, ao comungarmos assumimos um compromisso com Jesus. Passamos a ter a obrigação de comungar sempre. Todo domingo ou em toda celebração. A Igreja diz que a gente deve participar da missa todo domingo, ou ao menos uma vez na semana. Para quem mora longe, às vezes só é possível participar da missa uma vez por mês. Na falta da missa, se houver celebração na comunidade, deve-se participar e comungar também. Também a catequese continua. Não acaba depois da primeira comunhão. Não vale mais afastar-se da catequese depois da primeira comunhão. A gente continua porque tem muita coisa ainda para aprender.




  1. Oração final e despedida


- Convidar a turma para rezar.


- Cantar uma música bonita que fale de perdão.


- Terminada a música, o catequista convida a turma para refletir sobre os seus pecados. Sugerir que pensem em tudo que escreveram no papel na hora da reflexão pessoal. O catequista pode motivar: O que temos feito de bom? O que temos feito que não é tão bom assim? Temos desejado mal para os outros? Temos maltratado as pessoas? Temos sido grosseiros, rudes, mal-educados com as pessoas com quem convivemos? Temos nos dedicado à nossa família, aos amigos? Temos gastado tempo para rezar, para frequentar a comunidade, para fazer bem aos mais necessitados?


- Em silêncio, cada um poderá pedir perdão a Deus. Depois, rezar juntos o ato de contrição.


- O catequista coloca no centro da roda uma vasilha apropriada e convida a turma para queimar nessa vasilha o papel com as anotações que fez durante a reflexão pessoal. Cada um vai à frente e coloca na vasilha o papel no qual escreveu os seus pecados. Depois o catequista vai lá e coloca fogo nos papéis. (Cuidado: Nada de álcool ou outro produto inflamável. Os papéis se queimam facilmente!). Esse gesto simboliza o perdão de Deus que destrói todo nosso pecado.


- Depois da queima, podem ser feitas preces espontâneas de agradecimento pelo perdão.


- Concluir rezando o Pai Nosso.


- Cantar algo animado e bonito.


- Dar os avisos sobre a celebração da primeira comunhão.


- Encerrar o encontro levando de volta a turma para o local combinado com os pais.