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Pré-Evangelização – Pré 3 – Somos povo de Deus - Etapa 2 - Encontro 5

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22.05.2015 | 14 minutos de leitura
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Pré-Evangelização – Pré 3 – Somos povo de Deus - Etapa 2 - Encontro 5

Solange Maria do Carmo

Padre Geraldo Orione de Assis Silva


Pré 3: Pré-Evangelização - Crianças de 5 a 7 anos

* Para aprender as músicas deste módulo, acesse o link: 
 
Em construção... *


2ª Etapa - 5º Encontro:   O povo promete ser fiel a Deus


1. ACOLHIDA E ORAÇÃO INICIAL

- Receber a turma com entusiasmo. Fazer momento de animação. 

- Criar clima de silêncio para conversar com Deus. Fazer o Sinal da Cruz. 

- Convidar a turma para rezar agradecendo a Deus por todas as coisas boas que existem em nossa vida. Cada um poderá agradecer espontaneamente, dizendo algo como: “Obrigado, Senhor, pela minha vida” ou “Obrigado, Senhor, pela minha família” etc. A resposta pode ser: “Obrigado, Senhor!” O catequista motiva as preces espontâneas. 

- Encerrar, cantando a música Quero te entregar a minha vida, entregando a Deus nossa vida e tudo de bom que temos.



2. O QUE A BÍBLIA DIZ
 
 Motivação

Hoje vamos ver como, na caminhada do deserto, o povo foi percebendo quais eram as orientações que Deus desejava que o povo seguisse. Quais eram os ensinamentos principais de Deus, para que o povo pudesse viver em paz e para que conquistasse sua liberdade. E o povo, compreendendo a vontade de Deus, faz uma promessa importante: a promessa de ser fiel.


História: Ex 20,1-21; Dt 5–6

O povo de Deus já estava caminhando no deserto por muito tempo. Tinha passado por muitas dificuldades. Mas Deus tinha ajudado o povo a vencer as dificuldades. Aos poucos, o povo foi aprendendo a confiar em Deus. A cada dia que passava, a cada vitória conquistada, crescia o amor do povo por Deus. O povo estava feliz porque sentia a força e o amor de Deus, desde a saída do Egito.


O povo compreendeu que era bom viver assim em união com Deus e seguindo seus ensinamentos. Moisés, então, convidou o povo a fazer um trato. Ele queria que o povo se reunisse e prometesse ser fiel a Deus, seguindo o caminho que Deus inspirasse, sem nunca mais se afastar dele. Moisés explicou ao povo: “Deus já nos deu provas suficientes de que nos ama. Agora, nós precisamos provar que o amamos também”. O povo aceitou a proposta e disse que prometia seguir os mandamentos de Deus. Só queriam saber direitinho quais eram esses mandamentos.


Moisés, então, subiu a uma montanha e passou vários dias em oração. Ele pensava, refletia e rezava. E Deus inspirava, no coração de Moisés, quais eram os mandamentos mais importantes que o povo devia seguir. Moisés escrevia os mandamentos e guardava, para depois mostrar ao povo.


Quando Moisés desceu a montanha, o povo o esperava, com pressa de saber quais eram, enfim, as normas que deveriam respeitar.


A primeira norma era: Amar a Deus de todo o coração. Moisés disse ao povo: “Ouçam todos vocês: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Portanto, devemos amar a Deus de todo o nosso coração, com toda a nossa alma e com todas as nossas forças. Por isso mesmo, nós vamos reservar um dia da semana para rezar e louvar o Senhor. Será um dia consagrado ao nosso Deus. E quando falarmos sobre Deus, falaremos com respeito e carinho, porque ele nos ama e nós o amamos também”. O povo concordou.


A segunda norma era: Tratar com carinho os pais e as mães, para haver união entre as famílias.


Além destas, havia outras normas: não matar, não roubar, não falar mentira e coisas assim. Tudo isso era para ajudar o povo a viver mais unido e mais feliz.


O povo ouviu tudo o que Moisés explicava e aceitou seguir essas normas. E fizeram um trato. Dali para frente, todos prometiam seguir com atenção os ensinamentos de Deus. Aqueles ensinamentos seriam um caminho de paz para o povo. Eles chamaram esse trato de aliança e as normas de mandamentos.


E Moisés pediu ao povo, em nome de Deus: “Esses mandamentos que hoje Deus nos dá devem ser guardados em nossos corações. Nós vamos ensiná-los aos nossos filhos e falar sobre eles em todos os momentos, quando estivermos sentados em nossas casas ou andando pelos caminhos, quando nos deitarmos ou nos levantarmos. E, quando mais tarde nossos filhos nos perguntarem: ‘Que são esses mandamentos?’, nós responderemos: ‘Nós éramos escravos do faraó, no Egito, e nosso Deus nos libertou. Diante de nossos olhos, o Senhor fez coisas maravilhosas e nos conduziu para a liberdade. Acompanhou-nos enquanto estávamos no deserto e nos guiou para a terra da fartura e da liberdade. Esse mesmo Deus pediu que observássemos esses mandamentos, para sermos sempre felizes e vivermos junto dele. Assim seguimos esses mandamentos, pois fizemos uma aliança com o nosso Deus’”.


O povo ouviu tudo com atenção e guardou com carinho todas essas palavras. E fez um trato: todos iam se esforçar ao máximo para guardar no coração os mandamentos do Senhor. E foi assim que o povo prometeu ser fiel a Deus.


Partilha

  • O povo de Deus, ao atravessar o deserto, estava triste ou feliz com Deus? Por quê?

  • Qual foi o convite que Moisés fez ao povo?

  • Como seria esse trato entre o povo e Deus?

  • O que o povo achou da ideia de fazer um trato com Deus? Aceitou ou não?

  • O que Moisés foi fazer no alto da montanha?

  • Quais eram as normas que o povo devia respeitar? Vamos tentar recordá-las?

  • Para que o povo deveria reservar um dia na semana?

  • Como o povo de Deus passou a chamar o trato que havia feito com Deus?

  • E os pedidos de Deus, como passaram a ser conhecidos entre o povo?

  • Além de guardá-los no coração, para quem o povo devia ensinar os mandamentos de Deus?


Conclusão

O povo fez um trato de seguir os mandamentos de Deus. Esses mandamentos eram muito importantes porque ajudariam o povo a viver em paz. Deus prometeu acompanhar sempre o povo. E o povo prometeu seguir sempre a Deus. Esse foi o trato. Os mandamentos de Deus são um caminho seguro para quem deseja viver em paz e ser feliz. Ainda hoje, é preciso segui-los para que Deus possa nos guiar sempre. Nós aprendemos com o povo de Deus como devemos amar a Deus e seguir seus ensinamentos.



 3. ATIVIDADE
 
 Sugestão

- Expor uma Bíblia aberta, num pequeno altar enfeitado, entre duas velas acesas.


- Explicar para as crianças que a Bíblia traz para nós os ensinamentos de Deus. Por isso, a Bíblia é chamada “Palavra de Deus”. O que Deus quer nos ensinar está escrito na Bíblia.


- Convidar a turma para fazer um trato com Deus, semelhante ao que o povo fez no deserto, aceitando os ensinamentos de Deus escritos na Bíblia e prometendo segui-los com amor.


- Convidar cada criança a ir até o altar e beijar a Bíblia, para mostrar todo o seu carinho pela Palavra de Deus. Explicar que o beijo é sinal do carinho e do amor que a gente sente pelos ensinamentos de Deus que estão na Bíblia.


- Cantar música à escolha.


- Depois de beijar a Bíblia, fazer uma profissão de fé e compromisso. O catequista pergunta e a turma responde SIM.




  • Vocês querem fazer um trato com Deus?

  • Vocês querem amar e cumprir a Palavra de Deus?

  • Vocês prometem se esforçar para ser sempre fiéis a Deus? Etc.


- Pode-se encerrar, cantando novamente.


Conclusão

Hoje, imitando o povo no deserto, nós também estamos fazendo uma aliança com Deus. Deus está prometendo que vai nos acompanhar sempre e nós estamos prometendo seguir com amor sua Palavra. Quem segue a Palavra de Deus anda no caminho da paz. Deus só nos ensina coisas boas, coisas que vão nos ajudar a viver melhor e a ser felizes. Vamos, portanto, guardar em nosso coração todas as coisas que Deus tem nos ensinado, principalmente o que aprendemos nos encontros da catequese.



4. ORAÇÃO FINAL E ENCERRAMENTO

-  Estender a mão direita para a Bíblia exposta no altar e rezar juntos: Ó Deus de amor, nós queremos agradecer ao Senhor por tantas coisas importantes que o Senhor nos ensina, por tantas coisas bonitas que estão na Bíblia Sagrada. E queremos hoje, com todo o nosso coração, prometer ao Senhor que faremos todo esforço para seguir tudo o que o Senhor nos ensina. Amém!


-  Cantar a música "Quero ser bom como José", lembrando a fidelidade de José do Egito, que é modelo de fidelidade para todos nós.


-  Motivar a turma para o próximo encontro.



Dicas importantes

- Aqui chegamos ao núcleo central da narrativa do Êxodo: a aliança de Deus com o seu povo e a elaboração dos mandamentos – o decálogo, que passa a ser o novo código de leis a nortear a vida do povo de Deus. Até hoje, conservamos esses dez mandamentos, numa versão mais atualizada, mas estreitamente vinculada ao decálogo de Moisés. Sobre esse código de leis, valem algumas considerações, para que o catequista se situe melhor.


-  Vamos entender primeiramente o que o autor quer transmitir ao dizer que Deus entregou a Moisés as tábuas da lei, como se o próprio Deus tivesse aparecido e entregue as leis já prontas para o povo cumprir. As crianças já devem ter visto ilustrações dessa cena do monte Sinai ou Horeb (É o mesmo monte): Deus em pessoa entregando a Moisés duas pranchetas com os dez mandamentos. É um modo que o autor sagrado encontrou para dizer que as novas leis vêm de Deus. É mais uma teofania do Antigo Testamento, com raios e trovões. Já sabemos que teofanias são construções literárias. Mais adiante, o autor afirma que Moisés escreveu as palavras do Senhor (cf. Ex 24,4). O autor sagrado sabe que foi Moisés e demais líderes que escreveram as leis e não o próprio Deus. Quando ele situa as leis no meio de uma teofania, é para dizer que, mesmo sendo escritas por Moisés, elas são tidas como inspiradas por Deus. Um pouco adiante (Ex 24,7), Moisés lê diante do povo o “livro da aliança” – livro e não somente as tábuas com os dez mandamentos. Só depois disso, é que a Bíblia descreve Deus dando as tábuas (Ex 24, 12). Importante notar essa sequência.


- Na verdade, as chamadas leis de Moisés são o resultado de formulações que o povo vai fazendo, aos poucos, por meio de seus líderes, a partir de sua vida. O povo transforma em lei suas experiências vividas. A narrativa do êxodo sobre a aliança é como a descrição de uma espécie de cerimônia em que essas leis são proclamadas oficialmente e aceitas pelo povo. Provavelmente, isso nem se deu no deserto, mas em tempo posterior. Mas, ao contar a história dos antepassados, o autor situa nela a formulação do decálogo. Provavelmente houve várias redações do decálogo e as leis se formaram aos poucos.


-  Vamos lembrar também que o decálogo representa um avanço imenso em relação ao código de leis mais famoso da época: o código de Hamurabi. Convém frisar ainda que as leis e costumes sintetizados por Hamurabi influenciaram, e muito, o povo de Deus. Então, o fato de os israelitas terem agora sua própria legislação significa que deram um passo importante, compreendendo as coisas de modo novo e superando costumes justificados pelo código de Hamurabi.


- Daqui para a frente, o êxodo passa a narrar as dificuldades do povo em cumprir a lei de Deus. O povo promete fidelidade, mas cai com frequência em erros contra a lei de Deus. Nem bem se celebrou a aliança, o povo já está desanimado com a lei. Essa aliança da qual agora falamos é a antiga aliança. Mais tarde, Jesus vai propor uma nova aliança e um mandamento novo, que representará um passo ainda mais importante na vida do povo de fé. Isso mostra que a lei é dinâmica. Vai evoluindo com o tempo e com a cultura do povo, à medida que a fé vai purificando os costumes.


-  A narrativa da aliança ocupa uma longa parte do êxodo, do capítulo 19 ao 31. Não temos aqui somente o decálogo, mas uma longa série de recomendações sobre os assuntos mais diversos. Certamente é uma formulação posterior, enxertada no contexto da aliança, para complementar os dez mandamentos. Vale a pena conferir para entender os costumes daquele tempo. O catequista não se assuste, comparando os costumes de então com os de hoje. Saiba que essa legislação, que hoje nos assusta, era um avanço importante para aquele tempo.


-  O catequista pode comparar a formulação dos dez mandamentos que estão em Ex 20, Dt 5 e a forma que a Igreja usa hoje. Há pequenas diferenças, mas o conteúdo principal permanece o mesmo, tal a importância dessas leis. O nosso decálogo atual foi formulado pela Igreja, já num outro contexto. Foram feitas pequenas alterações. Retirou-se a proibição de fazer imagens, condensando os dois primeiros mandamentos antigos em um só: amar a Deus sobre todas as coisas. A Igreja entendeu que quem ama a Deus sobre todas as coisas não vai adorar outros deuses. A proibição de fazer qualquer escultura, no caso da lei mosaica, tem sua razão. É que o povo vivia em um contexto de politeísmo, cercado de povos que faziam esculturas dos deuses mais diversos e as adoravam como se fossem deuses verdadeiros. Lembrem-se de que desde Abraão há uma forte preocupação em romper com o politeísmo. A cultura mesopotâmica era politeísta, bem como a cultura egípcia. Mesmo os cananeus, com quem o povo de Deus ia conviver muito de perto, faziam esculturas e as adoravam. Nesse contexto, era preciso proibir, pedagogicamente, a confecção de esculturas. Mais à frente, a Bíblia trará textos que permitem esculturas, contanto que não sejam de deuses (cf. 1Rs 6,23; 7,25.29.31 entre outros). Houve crises fortes que levaram o povo de Deus, mais tarde, a querer assimilar a religião de Canaã, voltando a adorar esculturas. Os profetas falaram alto contra esse costume e proibiram severamente qualquer escultura que pudesse levar o povo à idolatria (cf. Is 44,9-20 entre outros). No ambiente de fé que se formou depois de Cristo, a Igreja entendeu que não mais havia esse risco. Importante lembrar que o costume de fazer imagens, esculturas ou pinturas ganhou novo fôlego depois que a Bíblia já estava escrita. Era um modo de recordar os membros da comunidade tombados pelo martírio. Faziam-se pinturas dos mártires da fé, para lembrar que, apesar de mortos, eles continuavam presentes na vida da comunidade, até porque, nesse tempo, já era clara a fé na vida eterna e na imortalidade. Essa história das imagens é longa. Não cabe aqui um estudo completo do assunto. Só queremos que o catequista compreenda a mudança nos dez mandamentos, jamais aceita por algumas Igrejas evangélicas, e se aprofunde no assunto. Outras mudanças são mais simples: em vez de santificar o sábado, passou-se a santificar o domingo. Isso a maioria dos evangélicos aceita, embora algumas Igrejas cristãs ainda guardem o sábado. A Igreja desmembrou também o último mandamento que colocava a mulher do próximo entre as “coisas” que não deviam ser cobiçadas. Seria estranho à nossa cultura considerar a mulher como “coisa”. Então, a Igreja pegou o sétimo mandamento de Moisés, que proibia o adultério, e o colocou como o oitavo na lista atual: Não desejar a mulher do próximo. O décimo fala somente da cobiça das coisas do próximo. E, no lugar do mandamento sobre o adultério, a Igreja inseriu o sexto mandamento, com uma linguagem mais abrangente sobre a sexualidade: Não pecar contra a castidade. Esse mandamento já revela uma cultura que encara a sexualidade de modo diverso do que acontecia no tempo de Moisés, quando os costumes sexuais eram bem diversos dos nossos. O conceito de castidade abrange mais coisas que o simples adultério. Sobre a polêmica de se fazerem ou não imagens, talvez fosse bom lembrar que esse assunto sempre levantou as maiores discussões em toda a história da Igreja, não somente entre católicos e protestantes, mas muito antes da reforma de Lutero.