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Evangelização Fundamental - Módulo 1 - Deus é amor

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31.05.2014 | 16 minutos de leitura
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Evangelização Fundamental - Módulo 1 - Deus é amor

Solange Maria do Carmo

Padre Geraldo Orione de Assis Silva


 Módulo 1 - Deus é amor


4º Encontro: DEUS É AMOR


 1. Acolhida e oração inicial

  • Acolher a todos com alegria. Cantar música animada. Sugerimos a nº 6 (O maior tesouro).

  • Convidar para a oração inicial, criando clima de silêncio.

  • Iniciar com o Sinal da Cruz, lembrando o seu sentido.

  • Convidar para fazer preces espontâneas, pedindo a Deus que abençoe a todos, dando paz, alegria e tudo o que é importante para a gente ser feliz. Fazer preces em forma de ladainha. Cada criança lembra alguém que precisa dos cuidados de Deus e todos respondem: “Toma conta, Senhor!” Sugerimos:



  • De nossas famílias,

  • De nossos amigos,

  • De todas as crianças,

  • De todos os que sofrem,

  • De todos os velhos, etc.



  • Repetir todos juntos, de mãos erguidas: Cuida com amor, Senhor, de todas as pessoas. Que todas tenham muita paz e muita alegria, e que todas se sintam amadas pelo Senhor. Amém!



2. O que a Bíblia diz 
 
Motivação

As pessoas costumam perguntar: “Quem é Deus?” Para esta pergunta, surgem respostas diferentes. Hoje, vamos ouvir um trecho da Bíblia, tirado da carta de um discípulo de Jesus, chamado João. Ele vai dar uma boa resposta para essa pergunta. Muitas pessoas dão explicações complicadas sobre Deus. Mas João fala de Deus de forma simples e profunda.


Texto: 1Jo 4,16-19

Nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco. E acreditamos nesse amor. Deus é amor. E quem permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele. O nosso amor por Deus será perfeito, se tivermos confiança nele, mesmo nos momentos difíceis. Quem ama não tem medo, porque o amor verdadeiro destrói todo medo. Nós amamos a Deus, não por medo dele, mas porque Deus nos amou primeiro.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus. 
 
Partilha

  • Perguntar o que eles entenderam do texto. Deixar que expressem suas opiniões.

  • Conversar com a turma sobre as ideias que a gente tem de Deus. Como eles imaginam que Deus é? O que ouvem falar?


Aprofundamento

- Já dissemos que Deus nos ama de um modo todo especial. Agora a Bíblia nos diz mais ainda: Deus é amor. Deus nos ama, porque Deus é amor.  É muito importante guardar isso no coração, porque cada um costuma pensar alguma coisa sobre Deus. E nem sempre o que pensamos é o mais correto. A gente acaba tendo umas ideias estranhas sobre quem é Deus. As pessoas se perguntam: Quem é Deus? E surgem as respostas mais extravagantes. No fundo, a resposta a esta pergunta é muito simples. Quem é Deus? Deus é amor. Isso nos basta.




  • Mas vamos dar uma olhada em algumas outras respostas que algumas pessoas costumam dar a esta pergunta sobre quem é Deus. Talvez até vocês já tenham ouvido alguma explicação estranha sobre quem é Deus.


Sugerimos usar um cartaz com faixas para explicar essas imagens de Deus, juntamente com o cartaz do segundo encontro com as características do amor.




  • Deus é alguém que fica nos vigiando para anotar os nossos erros: Muitas pessoas pensam que Deus é assim: um velho mal humorado e nervoso, que está pronto a nos castigar pelas menores faltas que cometemos. Essas pessoas imaginam que Deus seja um velho bravo e bem irritado, sentado numa cadeira lá no céu, com um grande livro na mão, de olhos bem abertos, só anotando o que a gente faz de errado para poder nos castigar. Quem pensa assim ainda não entendeu que Deus é amor, pois o amor não é IRRITADO. (Mostrar o cartaz com as características do amor – 2º encontro). Se Deus é amor, ele não pode ser irritado. Ao contrário, Deus é PACIENTE como o amor. No amor não pode haver irritação. Só compreensão e paciência total! É assim que Deus é: não um juiz bravo, mas amor–paciente.



  • Deus é alguém que proíbe a gente de fazer as coisas que a gente quer: Alguns pensam que Deus é uma pessoa muito chata e exigente. Uma pessoa mal humorada, de mal com a vida, que proíbe as coisas boas e vive impondo pesadas tarefas pra gente cumprir. Quem entende Deus assim pensa que ele não gosta de ver a gente feliz, que ele quer que a gente sofra, que ele proíbe tudo que é bom. E outras coisas estranhas. Às vezes os adultos colocam isso em nossa cabeça, quando dizem: “Faz isso não porque Deus não gosta”. E a gente começa a pensar que certas coisas não podem ser feitas só porque Deus não gosta. É claro que a gente nem sempre deve fazer tudo o que passa por nossa cabeça, porque certas coisas podem não ser boas. É claro que Deus, sendo amor, quer que a gente faça sempre o que é bom e evite as coisas erradas. Mas não vamos pensar que Deus seja uma pessoa triste e chata que só sabe proibir. Não vamos pensar que ele existe para implicar com a gente. Deus é amor e o amor é ALEGRE (mostrar o cartaz do 2º encontro) e não TRISTE e emburrado. Deus quer nos ver alegres, fazendo coisas boas. Ele quer que a gente evite o que pode nos causar tristeza, não por ser alguém chato e exigente, mas por nos amar muito.



  • Deus é uma pessoa brava que nos castiga quando erramos: Tem gente que pensa que Deus é bravo e vingativo, que usa o seu poder para nos castigar, quando a gente erra. Não pode ver uma coisinha errada e logo vai mandando desgraças sobre nós. Quem pensa assim entende que os problemas e tristezas da vida foram mandados por Deus, como castigo para nos punir por nossos males. Por exemplo: Vem uma tempestade, a pessoa pensa que foi Deus quem mandou para mostrar que está bravo conosco. Acontece um acidente, a pessoa acha que foi Deus quem provocou para punir alguém. Adoece uma pessoa, foi castigo de Deus. Alguém se machuca, Deus provocou. Morre alguém, foi vontade de Deus. E assim vai. É uma lista enorme de desgraças e castigos atribuídos a Deus. Quem pensa assim não entendeu quem é Deus. É verdade que na vida passamos por dificuldades. Mas não é Deus quem manda essas coisas. Elas fazem parte da vida. E Deus, com o seu amor, quer nos ajudar a vencer as dificuldades. Ele não quer complicar mais, só quer ajudar. Deus não é MALDOSO nem VIOLENTO, não planeja o mal e nem castiga a gente. Por isso, o discípulo de Jesus, chamado João, disse: “no amor, não há medo!” Só confiança e entrega total! O Deus–amor é BONDOSO e MANSO. Não precisamos ter medo de Deus.



  • Deus é um espírito perfeitíssimo que fica longe, lá no céu: Tem gente que entende Deus como um ser inatingível, bem longe de nós, que não está nem aí para os nossos sofrimentos e pelejas. Ou então pensa que ele é um mistério muito complicado: um espírito perfeitíssimo, ou seja, alguém que a gente nunca consegue entender. Quem pensa assim não acha Deus muito simpático. Fica pensando que Deus nem liga para nós, fica lá longe, no céu, curtindo a sua perfeição com os anjos, e nem se importa com a nossa vida cheia de imperfeições. Se Deus fosse assim não teria nada a ver conosco. Não sofreria com a gente, não torceria por nós, não se misturaria com a gente. Ficaria na dele. Mas, se Deus é amor, ele não é EGOÍSTA, nem indiferente. Ao contrário, é CARIDOSO. Ele está perto de nós, nos conhece e nos ama. Sabe das nossas dificuldades e nos dá força para enfrentá-las e vencê-las.



  • Deus é uma energia positiva: Tem gente que pensa que Deus é uma energia positiva, uma luz que invade nossas mentes. Mas o que é uma energia? O que é uma luz? Fica muito vago falar de Deus assim. Deus é mais que luz ou energia. Ele é uma pessoa, um ser especial que nos ama. Ele nos ilumina com sua luz e nos dá força e energia. Mas ele é mais que isso. Falar que Deus é simples energia ou luz dá a impressão de que ele é uma coisa qualquer. Energia não tem sentimento. Energia não tem sabedoria. Deus é mais que isso. Ele é uma pessoa cheia de luz e energia, mas não é uma coisa qualquer. Muitas pessoas falam em atrair a energia de Deus ou desejam muita energia para os outros. Isso é pouco para falar de Deus. Deus é uma pessoa, alguém com quem a gente pode conversar e fazer amizade. Uma pessoa especial, é bem verdade. Mas alguém real e não uma força de nossa imaginação.



  • Deus é amor: Jesus – o Filho de Deus que veio ao mundo – nos mostrou como Deus é. Ele nos ensinou que Deus é amor. Ele quer o nosso bem e cuida de nós, porque nos ama. Então, vamos tirar de nossas mentes aquelas ideias estranhas de que Deus é um velhinho de barbas brancas que fica lá do céu nos olhando, para ver quando a gente faz alguma coisa errada. Deus não é nosso guarda-costas, nem nosso vigia. Nada disso. Deus é amor. É uma pessoa muito especial que nos ama, que quer o nosso bem, que nos dá força na vida e nos ensina muitas coisas. A melhor resposta para a pergunta “quem é Deus?” está aqui: Deus é amor. É uma pessoa especial que nos ama muito.



3. Atividade 
Sugestão


  • Sugerimos debater sobre a imagem do “Deus que castiga”, a partir da história seguinte, que pode ser lida pelos próprios catequizandos, divididos em grupo, ou contada animadamente pelo catequista. Esse debate é importante porque, na maioria das crianças, prevalece a ideia de um Deus de quem se deve ter medo. Queremos que as crianças entendam que Deus é amor e o que isso significa para a nossa vida.


O SONHO DE ZECA



Zeca era um desses garotos trapalhões que não sossegam um minuto. Ia e vinha o dia inteiro e, por onde passava, deixava todo mundo de cabelo em pé. O menino era mesmo difícil, a ponto de sua mãe perder a paciência. A pobre mulher já havia tentado de tudo para consertar o menino. Mas, nada. Ele continuava o mesmo.
Um dia, sua mãe explodiu de raiva e gritou bem na sua cara: “Zeca, menino perdido! Eu não aguento mais! De hoje em diante eu te entrego para Deus. Tudo o que você fizer, Deus vai vigiar. E, se você fizer arte, peço a Deus que mande um castigo do céu”.
Quando chegou a noite, Zeca foi dormir preocupado. Ele estava meio com medo de Deus e pensava: “Será que Deus está com raiva de mim? Será que vai me castigar?” Triste com tantos pensamentos, adormeceu. Mas, no meio da noite, Zeca teve um sonho. Sonhou que Deus veio do céu e sentou-se aos pés de sua cama. Deu um sorriso bem grande e lhe disse:
- Zeca, seu bobinho, pode dormir sossegado, que eu gosto muito de você. Eu sou o Deus–amor e não fico com raiva de ninguém. Não vou te castigar, nem ficar vigiando. Você já está bem grandinho e sabe que deve fazer as coisas certas.
No dia seguinte, o garoto acordou feliz. Havia percebido o quanto Deus o amava. E – coisa engraçada! – nunca mais sentiu vontade de fazer tanta arte.


  • Ver o que a turma entendeu com essa história. Debater.

  • Motivar a turma, falando sobre a alegria de ser amado por Deus.

  • Entregar, para cada catequizando, um papel recortado em forma de pétala de girassol.

  • Pedir que escrevam uma oração, agradecendo a Deus pelo seu amor maravilhoso, e assinem embaixo.



  • O catequista terá preparado em casa um cartaz, colando nele um papel em formato de caule, folha e miolo do girassol, e com a seguinte frase: Deus é amor. Na parte de baixo do painel, escrever: ESTOU DE OLHO NO SEU AMOR. Será bom colar no cartaz o desenho de um sol, pois dizem que o girassol fica sempre voltado para o sol. Assim também, nós voltamos nosso olhar para Deus.

  • Dar um tempo para escrever as orações. Se alguma criança tiver dificuldades para escrever, o catequista deverá ajudá-la. Depois, convidar a turma para colar as pétalas no cartaz, formando uma flor, para simbolizar a alegria de ser amado por Deus, de forma tão especial. Cada um, por sua vez, irá à frente e colará a pétala com a oração que escreveu.

  • Enquanto se faz a colagem, cantar música apropriada.

  • O cartaz ficará assim:


 

Conclusão

Essas orações que foram escritas expressam nossa alegria de ser amados por Deus. Juntas, elas formam uma flor, sinal da beleza de nossa vida, quando experimentamos o amor de Deus por nós. De fato, a vida é bela, quando somos amados. E Deus nos garante, de modo muito especial, seu amor por nós. Para Deus, nós somos pessoas especiais. Somos importantes e valiosos. Se nós precisamos de cuidados, sabemos que Deus cuida de nós. Se precisamos ser amados, sabemos que Deus nos ama. Ainda que o mundo todo se voltasse contra nós, Deus estaria sempre do nosso lado. Ainda que ninguém nos aceitasse, Deus nos aceitaria. Mesmo que tivéssemos a sensação de não ser importantes para ninguém, para Deus é seguro que somos importantes. É por isso que o amor de Deus garante uma profunda e intensa alegria em nossa vida. Ele é o sol que ilumina nossa vida. E como o girassol sempre fica voltado para o sol, nós devemos sempre estar voltados para o nosso Deus–amor. Essa é a mensagem desse cartaz que hoje fizemos. O importante agora é cada um ficar de olho no amor de Deus, para perceber o quanto Deus o ama. O girassol floresce voltado para o sol. Nós também florescemos e desabrochamos para uma vida feliz, quando nos voltamos para Deus, que é amor. Deus nos acolhe de braços abertos. Não para nos castigar, mas para nos amar, porque ele é amor. Quando alguém nos perguntar quem é Deus, a resposta estará na ponta da língua: Deus é amor. É por isso que nós o buscamos. É por isso que ele é tão importante em nossa vida.


 4. Oração final e encerramento

  • Iniciar a oração cantando. Que tal a nº 14 (Deus é amor)?

  • Estando todos em círculo, de mãos dadas, repetir juntos: Meu bom Deus, quero estar de olho no seu amor. Quero sentir seu carinho e sua proteção em toda a minha vida. Quero me alegrar com a sua presença e festejar sua bondade. Quero permanecer firme junto do Senhor, pois acredito que o Senhor me ama e me dá seu amor. Por isso, meu Deus, não quero me separar do Senhor, para que seu amor ilumine sempre a minha vida. Amém!

  • Rezar o Pai-Nosso, lembrando que Deus é um pai amoroso.

  • Desejar boa semana e motivar para o próximo encontro.

  • Encerrar cantando, à vontade.



Dicas para o catequista

  • Estamos afirmando que Deus não castiga ninguém. Isso vai ficar ainda mais claro no encontro em que dizemos que Deus só quer o nosso bem. Porém, essa noção de que Deus é pai e é amor não é a única maneira de falar de Deus, nem mesmo na Bíblia. O Antigo Testamento fala com frequência de um Deus que se irrita com o povo, que castiga, que fica ofendido, que se arrepende do bem que fez ao povo. O que significam essas expressões? São os chamados antropopatismos, que consistem em atribuir a Deus sentimentos que são nossos. Nós é que nos irritamos, nos arrependemos e adotamos o castigo como meio de corrigir as pessoas. Sem conhecer direito a Deus, que ainda não havia sido totalmente revelado por seu Filho Jesus, o povo imagina que Deus tem os mesmos sentimentos humanos. Mas, vejam só! Também esse jeito de entender Deus tem algo muito significativo, pois mostra que Deus é alguém próximo, com sentimentos. Alguém real, com quem o povo entra em relação e não um Deus distante e frio que não faz comunhão com seu povo. O Antigo Testamento mostra um Deus que se importa com a gente e não fica parado diante do sofrimento e da injustiça que seu povo sofre.

  • Mais tarde, o Filho de Deus vai mostrar que Deus é amor e nós podemos até chamá-lo de Pai. Veremos isso na segunda etapa. Chamar Deus de Pai deve ter causado profunda impressão naquele povo que evitava até dizer o nome de Deus, com medo de ofendê-lo. Jesus tranquiliza seus discípulos, quando diz que podem, ao rezar, chamar Deus de Abba, que quer dizer “papai”. Observem bem que, mesmo Jesus tendo ensinado essas coisas, vamos encontrar também no Novo Testamento expressões que falam do castigo de Deus, entendido como provação. Fica parecendo que Deus manda problemas e dificuldades, para provar a nossa fé. Na verdade, essas coisas não vêm de Deus. Fazem parte de nossa vida, nesse mundo marcado por fraquezas, como também veremos adiante. Não é Deus quem manda coisas para nos provar. Nós é que devemos dar provas de nossa confiança, no meio das adversidades. Estas são algo normal na vida e não castigos ou provas enviados por Deus. Mas o povo não tinha condições de entender isso, naquele tempo. Então, atribuía a Deus a autoria de tudo.

  • Quanto ao Antigo Testamento, a ideia do castigo está bastante associada à questão da justiça divina. O povo pensava assim: “Se Deus é justo, precisa castigar os maus”. Ainda hoje, muita gente pensa assim! Mas também essa ideia foi contestada por Jesus, que disse que Deus faz chover sobre bons e maus, ou seja, Deus não deixa de querer o bem mesmo dos maus, para que um dia – quem sabe? – eles também busquem a Deus. Outra coisa impossível é catalogar as pessoas, afirmando quem é bom e quem é mau. Vejam que estamos diante de questões bem complexas. O que queremos é que o catequista entenda que a noção de Deus – pai amoroso – revelada por Jesus suplanta tudo o que dele se diz em outros lugares bíblicos.