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8. Ausências (I)

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27.03.2017 | 1 minutos de leitura
Pe. Eduardo César Rodrigues Calil
Poesia
8. Ausências (I)

Sozinho, sentado no banco da praça, olho num átimo de tempo, o céu. 

Apequenado, diante da imensidão, sofro as ausências do que nunca veio. 

Meu olhar se demora como se eu coexistisse com o Mistério que me cobre. 

Mas, não sou conatural a nada. 

Ao contrário, sinto-me tão fora do lugar, tão fora de tudo, 

que me fere não coincidir comigo mesmo. 

É que há distinções profundas que não sei nomear. 

Um apelo pelo que ainda não existe.


Levanto-me, cruzo os jardins da praça,
mas não me interessam flores, 

nem o verde, nem as árvores,
que outrora encantavam meus sonhos. 

Não sonho. 

Quis viver a realidade,
mas não podia imaginar seus moinhos.


Esmaga-me a tristeza de não encontrar-te ó amor, 

senão em soslaios de presença mal repartida, mal dosada. 

E entre esguelhas percebi que me seduzes para lançar-me, 

dia após dia, no banco da praça, sozinho.


Destino? Tenho escolhido permanecer aqui, 

olhando o céu, enquanto tudo em mim grita: levanta-te.


Contudo, ouso esperar tuas misericórdias. 

Que te apiedes deste mendigo,
que consoles esta penúria impiedosa 

e te aproximes,
sentando-te ao meu lado.