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53. Reuniões de catequese com pais

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05.06.2015 | 4 minutos de leitura
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53. Reuniões de catequese com pais

Se tem uma coisa chata é reunião de catequese com pais. Uma minoria de pais participa, e os que vão às reuniões – quase sempre – são os mais católicos, participantes da comunidade eclesial, engajados em alguma pastoral ou movimento. Nesse caso, a reunião perde sua função; acabamos “chovendo no molhado”, falando o que já é sabido para quem não precisava ouvir.


Na maioria das paróquias perdura esse costume, apesar do insucesso das reuniões. A argumentação é que os pais são os primeiros catequistas dos filhos. Parece bom esclarecer essa afirmação. Os pais são os primeiros catequistas dos filhos só no sentido cronológico. São os primeiros a lhes transmitir a experiência do amor. E, porque Deus é amor, é lá no seio da família que a experiência de Deus começa. Quem vive num ambiente harmonioso, amoroso, certamente vai ter mais abertura para acolher Deus, o amor mais genuíno. Mas os pais não são os primeiros catequistas na ordem da tarefa missionária. Foi aos discípulos – ou seja, à Igreja – que Jesus deu a ordem de evangelizar e não aos pais. É a comunidade cristã que deve ser catequizadora, aquela que anuncia o evangelho de Jesus ao mundo, inclusive às crianças.


Quando a sociedade era cristã, mais precisamente católica, a Igreja contava com os pais para transmitir aos filhos o dom da fé. A criança vinha para a catequese para burilar a fé, aprimorar algum conceito ou prática que ficavam inacabados, mas era a família quem transmitia a fé cristã. Por isso batizava-se a criança tão cedo.


Hoje em dia, a sociedade mudou e a família mudou mais ainda. A Igreja não pode mais contar com a família para a tarefa evangelizadora. Vivemos tempos parecidos com os tempos da Igreja Primitiva. A comunidade cristã deve reassumir seu papel missionário, evangelizador, sem ficar cobrando dos pais ou da família. Até porque a família não está evangelizada, os pais – quase sempre – precisam eles mesmos fazerem sua experiência de encontro com Deus. Como cobrar deles o que eles não têm pra dar, o que ainda não receberam? E como contar com eles para a tarefa de catequizar se eles não têm tempo pra nada, correm o dia inteiro trabalhando e quase nem veem seus filhos? Tal cobrança não surte efeito; apenas chateia e aborrece as famílias.


A Igreja tem repensado esse costume de reuniões com os pais dos catequizandos. Atualmente, encontramos algumas formas alternativas de envolver as famílias – e não só pai e mãe, pois a família já não tem mais o formato clássico de antes. Muitas comunidades têm optado por encontros celebrativos, que são ocasião de proporcionar também aos familiares – além dos catequizandos – um momento de espiritualidade, de alegria, convivência e partilha. São celebrações da palavra, sempre muito animadas, com cânticos, símbolos e ritos próprios, e com a participação ativa dos catequizandos e familiares. Todos se envolvem de alguma forma, seja cantando, rezando, levando algum símbolo em procissão etc. Não é raro ver os familiares retornando para a vida cristã, entrando por essa porta alternativa. Tal prática tem conseguido sucesso.


Outro modo de estar com a família são festas e confraternizações envolvendo todo o grupo catequético da paróquia ou parte dele (por comunidades, por exemplo). Fizemos várias vezes em locais onde trabalhei essa experiência. Fizemos um roteiro simples: uma acolhida, uma breve oração e apresentações diversas. Organizamos as turmas para apresentar seus trabalhos catequéticos: uma turma canta e faz coreografia de uma música, por exemplo; outra faz um jogral; outra, um teatro; outra, uma brincadeira... E assim vai. Além disso, organizamos toda produção dos catequizandos em cartazes deixando que os familiares vissem o que a turma andava fazendo nos encontros. Outra vez, organizamos tudo em portfólios – um para cada catequizando – e presenteamos os pais com os trabalhos dos filhos. Depois, convidamos para um lanche e confraternizamos juntos, celebrando o dom da vida e da comunhão. Uma beleza! A maioria dos familiares foi, participou, fotografou, gravou e amou, ficando mais disposta a colaborar com a catequese.


Tais experiências são novas, mas estão fazendo caminho. Que tal experimentar? Fica aí a dica!







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