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47. Os dois irmãos

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14.08.2015 | 3 minutos de leitura
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47. Os dois irmãos

Solange
Maria do Carmo



Padre Geraldo Orione de Assis Silva


Num lugar distante daqui, viviam dois irmãos que se queriam muito bem. Seus pais já haviam morrido e um aprendera a cuidar do outro como convém.


O irmão mais velho arranjou uma boa esposa e teve quatro filhos. Vivia feliz com sua família, mas sempre preocupado com o irmão mais novo que ainda estava solteiro, sozinho, sem filhos.


Os dois irmãos trabalhavam juntos na roça e dividiam as colheitas: era 50% para cada um, pois ambos investiam energias e recursos iguais na produção dos grãos. Eles aravam a terra, preparavam-na para a semeadura, semeavam, capinavam, colhiam, preparavam os grãos para a venda, ensacavam e, depois, armazenavam tudo no paiol. O paiol era dividido em duas partes; uma parte era a produção do irmão mais velho, a outra do irmão mais novo. Tendo dividido tudo “irmãmente”, cada qual comercializava sua parte e administrava sua vida e seu dinheiro como bem entendia.


Apesar do acordo entre eles, 50% para cada um, depois da divisão da colheita, o irmão mais novo, preocupado com seu irmão mais velho, se punha a pensar: “Não é justo que eu fique com a metade da produção. Eu sou solteiro, tenho menos despesas, não tenho filhos e nem esposa para alimentar. Vou doar umas sacas da minha colheita para meu irmão mais velho”. Sorrateiramente, o caçula, chegada a noitinha, pegava algumas sacas de sua colheita e colocava no paiol de seu irmão. Assim ele fazia toda noite.


Coisa curiosa, porém, acontecia e o deixava intrigado. As sacas de sua colheita não diminuíam. Todos os dias conferia seu armazém e parecia que tudo continuava como antes. Mas o caçula não desistia. Insistia em transportar sobre as costas umas sacas de milho ou de café ou de feijão para o paiol do seu irmão.


O irmão mais velho era também homem muito bondoso e preocupava-se com o irmão mais novo. Pensava: “Não é justo que eu fique com a metade da colheita. Eu sou casado, tenho mulher e filhos que podem me amparar na velhice. Meu irmão não tem ninguém por ele e seu futuro é incerto. Vou doar umas sacas de minha parte para ele”. E, pé ante pé, toda noite o irmão mais velho retirava de sua parte algumas sacas de grãos e levava para o paiol do caçula.


O irmão mais velho vivia intrigado também, pois, por mais que ele carregasse algumas sacas de grãos de seu paiol, parecia que tudo continuava lá do mesmo jeito de antes.


E assim se deu: um irmão transportava sacas de sua colheita para a área do paiol do outro sem nada lhe dizer. Até o dia em que, na calada e na escuridão da noite, os dois se esbarraram com as sacas nas costas. E qual não foi a surpresa de ambos ao ver que um se preocupava com o outro, doando parte de seus bens ao irmão. E se abraçaram emocionados, com a fraternidade demonstrada.


Por isso, fique firme no amor e na partilha, pois não há nada mais precioso na vida que a comunhão e fraternidade.