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46. O pescador e seu riacho

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06.08.2015 | 3 minutos de leitura
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46. O pescador e seu riacho

Solange
Maria do Carmo



Padre Geraldo Orione de Assis Silva


Numa cidade bem distante daqui, vivia um homem cuja atividade preferida era pescar. Sua fama como pescador era conhecida na região e causava inveja em pescadores antigos que, em tempos de crises das águas, já não conseguiam trazer peixe para o jantar. Mas esse pescador, não. Sua habilidade era tal que nunca voltava pra casa com a cesta de peixes vazia. Conhecedor dos rios, das águas, dos peixes e seus hábitos, das iscas e dos anzóis, o pescador seguia de rio em rio, trazendo quantidade generosa de peixes para casa, cada vez que se aventurava a sair para pescar.


Passado algum tempo, o pescador foi envelhecendo e ficou sem forças para pescarias mais ousadas. Não queria pegar o barco para atravessar o rio; não queria ir até rios mais distantes; só queria pescar na curva de um rio bem pertinho de sua casa, lá onde uma árvore tombada formava um confortável assento pra ele descansar.


Toda tarde, o velho pescador pegava seus apetrechos e ia para o rio. Assentava-se confortavelmente no galho tombado, pendurava sua matula num galho ao lado e passava horas pescando. Já não interessava mais se pegava peixes pequenos ou grandes; acostumou-se àquele lugar e pescar ali tornara-se seu passatempo preferido.


Certa vez, uma tempestade se abateu sobre a região. Uma enchente enorme fez transbordar as águas do rio, mudando o seu curso para um ou dois metros dali. Bem lá na curva do rio onde o pescador pescava, formou-se uma banca de areia com um filete minúsculo de água sobre ela. A árvore com seu galho tombado continuava ali, bem no lugar de sempre, oferecendo ainda seu confortável assento ao hóspede de todos os dias.


Passados os dias da enchente e recuperada a normalidade da vida, nosso pescador juntou as malas e foi pescar, afinal a rotina se estabelecera de novo com o baixar das águas. Para surpresa de toda a comunidade, o pescador foi direto para a curva do rio, onde formara um banco de areia. Assentou-se em seu galho preferido, pegou a vara, colocou anzol na isca e ficou dando banho em minhoca num filete de água sobre o amontoado de areia que ali se ajuntara. Nenhum peixe, é claro! Mas contam seus contemporâneos que o pobre pescador fez a mesma coisa todos os dias, até o fim de seus dias. Acostumado como estava à sua zona de conforto não foi capaz de inovar, mesmo com toda a sua experiência pregressa.


Por isso, fique firme nos bons hábitos, mas esteja sempre atento ao novo. Passam-se os anos, mudam-se os tempos. Somos chamados a inovar para manter a vida fluindo...