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35. Um conto iluminador

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10.01.2015 | 3 minutos de leitura
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35. Um conto iluminador

(Texto original em espanhol, autor desconhecido,
tradução: Leandro Narduzzo)


Havia muitos pastores num povoado. Cada um tinha cem ovelhas. Todos os dias cuidavam delas do melhor modo possível. Por isso, eram a inveja dos outros pastores da região. Aqueles pastores tinham fama de serem capazes, conhecedores do rebanho, dos melhores pastos, das águas e das atenções requeridas a cada época do ano... Aos poucos, foi-se apagando o entusiasmo deles e se entretinham falando de suas coisas.


Um dia, a falta de vontade, irresponsabilidade ou distração foi tanta que, ocupados falando e brincando no campo onde pastavam seus rebanhos, ao cair da tarde, hora de voltar, não conseguiram ver mais do que doze ovelhas. Todas as outras, centenas, tinham sumido. Imaginaram que se haviam perdido. Pensaram que era muito tarde e que, se elas quisessem, voltariam por si mesmas. Afinal, eles tinham dado carinho, tinham cuidado bem delas. De que podiam queixar-se? Disseram: “Pior para elas! Vamos cuidar bem destas que ficaram conosco”. E rodearam suas ovelhas, encheram-nas de mimos e cuidados. Às vezes, até tinham ciúmes entre eles de tanto que as amavam.


Certo pastor quis afastar-se dos outros e tentar ir procurar as ovelhas perdidas, mas quase deram um soco nele... Passavam muitas horas lembrando-se das ovelhas que se tinham perdido e procurando razões pelas quais se perderam. Fizeram poesias, artigos, pesquisas, estatísticas, livros sobre elas. Finalmente, se acostumaram com essas poucas, e as cercaram de carinho. Conheciam-nas em detalhe e se alternavam para alimentá-las. Procuraram para elas um sítio bem tranquilo, ao cuidado dos ventos e das águas; um bom refúgio.


Tudo parecia ir bem, mas um dia começaram a faltar pastos e tiveram que ir para os altos em busca de melhores pastagens. Então veio a tragédia. Algumas ovelhas não conseguiam subir, pois não estavam acostumadas; outras ficaram enredadas nos espinhos; outras escorregavam nas rochas... Finalmente, os pastores compreenderam que era preciso alternar-se carregando as ovelhas nos ombros, pois de outro modo não conseguiriam chegar e elas morreriam no caminho.


Os pastores, estando lá em cima, ficaram cada vez mais tristes porque iam ficando velhos, com poucas ovelhas, e elas ficavam cada vez mais magras, velhas, fracas, incapazes e estéreis!


Longe, bem longe do redil desses pastores, dá para ver muitas ovelhas que correm e brincam... elas e seus cordeirinhos. Os pastores comentam com os passantes: “Embora pareça que aquelas ovelhas estão melhor, é só aparência. Nenhuma está tão bem resguardada e amada como as suas, que não têm cordeirinhos que atrapalham a intimidade e a unidade. E, no fim, morrerão rodeadas de carinho... Afinal, quando morreu entre eles uma ovelha que não fosse tão amada?”.


Então eles começaram produzir um precioso documento sobre a vida e a morte, a fecundidade, a alegria; sobre o pastor; sobre a liberdade e sobre as ovelhas dóceis e as desencaminhadas.