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32. Formação dos catequistas

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16.06.2016 | 3 minutos de leitura
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32. Formação dos catequistas

Se, de fato, a principal tarefa do catequista é testemunhar a presença do Ressuscitado e não ensinar doutrinas, dogmas ou leis morais, então a formação dos catequistas precisa tomar novo rumo. Não são poucas as vezes que párocos e bispos nos convidam para falar a seus catequizandos em cursos de formação, escolas diocesanas de catequese, dias de encontro e retiros... Quase sempre os temas são os mesmo: pedagogia catequética, formação bíblica e litúrgica ou o perfil do catequista.


Quanto à pedagogia catequética, o tema é intrigante e muito atual. Passar das pedagogias do ensino e da aprendizagem a uma pedagogia da iniciação é fundamental para um novo paradigma catequético. Acontece, porém, que a pedagogia dos encontros não está desvinculada do resto do projeto catequético: sua organização, sua teologia, seu modo de entender os sacramentos etc. Adianta pouco a gente insistir com os catequistas sobre a des-escolarização da catequese, ajudando-os a dinamizar os encontros, se, depois, retornando para a atividade paroquial, toda a organização da catequese é escolar e os párocos continuam entendendo que a catequese é curso de religião para a primeira eucaristia e a crisma.


Sobre a formação bíblica e litúrgica, estou certa de sua importância. Absurdos têm sido ensinados em nome da fé por causa de uma leitura equivocada da bíblia. Conhecer um pouco os relatos bíblicos pode evitar muitos desmandos. Mas, como a catequese não é curso bíblico, um curso de bíblia para os catequistas também não muda muita coisa. Normalmente, depois do aprofundamento bíblico, os catequistas continuam sem saber o que fazer nos encontros catequéticos. O mesmo se dá com as informações sobre liturgia.


Quanto ao o perfil do catequista, normalmente essas palestras se resumem a um elenco de qualidades exigidas daquele que se dispõem a catequizar. Quase sempre exigências morais: deve ser casado na Igreja ou casto, caso seja solteiro; participar da vida eclesial (liturgia dominical, confissão anual, dízimo mensal etc.); deve estar engajado em pastorais assim como frequentar as reuniões e formações programadas pela catequese; deve isso e mais aquilo. Um rol interminável de quesitos aos quais poucos – ou quase ninguém – consegue responder. Pensa-se no catequista ideal e não no catequista real. A idealização de um catequista não ajuda em nada na prática concreta da catequese. Ao contrário, pode até atrapalhar evitando que a gente descubra, nos catequistas reais, possibilidades de crescimento e potencial evangelizador.


Não quero desvalorizar a formação dos catequistas, mas esta se dá principalmente na prática catequética. Possibilitando ao catequista ter em mãos um bom material de catequese e se dispondo a acompanhá-lo regularmente nas atividades específicas da catequese, a paróquia estará dando uma formação na vida, na prática. Não é preciso interromper a catequese em prol da formação dos catequistas. A gente aprende a nadar nadando... No próprio ato catequético, preparado com carinho por meio de um bom subsídio, o catequista vai se formando. Outras atividades ajudarão no aprofundamento, mas estas deverão, além de se preocupar com a parte intelectual, também motivar, animar, partilhar experiências, avaliar a caminhada...







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