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27. Nossa Igreja é santa

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22.07.2016 | 4 minutos de leitura
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27. Nossa Igreja é santa

Vai e volta a gente escuta alguém afirmando que a Igreja é santa. O que queremos dizer com essa afirmação? Será que, de fato, é santa uma igreja cuja trajetória povoada de desacertos revela suas fraquezas? Por que, mesmo conhecendo todas essas debilidades, continuamos acreditando que a Igreja é santa? O Credo Nicenoconstantinopolitano afirma: creio na Igreja una, santa e católica. Já falamos sobre a catolicidade da Igreja e também sobre sua unidade. Agora é hora de falarmos sobre sua santidade.


A Igreja nasceu para continuar a missão de Jesus. Por onde passou, o Nazareno deixou a marca do amor e do bem. Ele acolheu a todos, perdoou a todos, amou a todos. Não discriminou ninguém, não rejeitou ninguém; só amou. Deu a seus discípulos a ordem de continuar sua missão de amar, de propagar sua palavra, de fazer seu reino acontecer. Cheios de esperança, os discípulos de Jesus assumiram esta tarefa nada fácil: continuar a obra do Mestre.


Foi com esse ideal que a Igreja nasceu. Tendo morrido o Mestre, os discípulos precisavam continuar sua obra, pois essa era sua vontade. Mas os seguidores de Jesus se sentiram desamparados e sem forças quando viram que o Mestre tinha morrido. Foi só quando experimentaram a presença do Ressuscitado que eles criaram coragem para assumir a missão que Jesus havia lhes dado. Então pensaram: como podemos dar conta de uma missão tão difícil? Mas Jesus havia lhes prometido que não os deixaria órfãos: daria a eles o Espírito Santo. Para uma missão tão santa, só com a força do Espírito Santo, ou seja, os seguidores de Jesus só poderiam dar conta de viver a vida do Mestre por causa da ação do Espírito do próprio Jesus, o santo de Deus.


Então, a Igreja é santa. Santa no projeto que ela empreendeu como seu: o Reino de Deus. Santa na força que a conduz em meio às vicissitudes da história: o Espírito Santo. Assim, apesar de seus membros que são pessoas frágeis e pecadoras, a Igreja não perde sua santidade. Ela é santa e pecadora, ao mesmo tempo. Ou seja, ela é frágil, sujeita a erros e a desacertos, mas também é forte, porque Deus a conduz por seu Espírito.


E não é de estranhar que a Igreja seja chamada de santa, pois ela é o povo que o Senhor reuniu e santificou. Na bíblia, todos os cristãos são chamados de santos. Todos os seguidores de Jesus são chamados de santos. Porque santidade é uma vocação, um chamado.


Então, Igreja santa e pecadora é um paradoxo? Mais que um paradoxo; é um mistério. Quando falamos de mistério, não falamos de algo incompreensível. Falamos de algo que é muito maior que nós e diante do qual nos curvamos. O amor de Deus é tão grande, sua fidelidade é tão certeira, que – apesar dos nossos erros – não conseguimos impedir sua ação. Deus nos santifica no amor. Em cada pequeno gesto de bondade, mostramos sua santidade. Este é o mistério: Deus santificou em Cristo todas as coisas e nos fez capaz de amar. Por isso, podemos afirmar que a Igreja, mesmo pecadora, continua santa. O fato de ela ser pecadora não a faz menos santa. E, por ela ser santa, também não está impedida de errar. São as contradições humanas presentes na Igreja de Jesus. Afinal, quem mandou ele nos dar missão tão nobre? Quem mandou confiar a pessoas tão frágeis – mas santificadas – uma missão tão grande?


Ninguém se admire, pois, de a Igreja ser santa e pecadora. Ela é o que somos todos nós. Na nossa fragilidade, revela-se também nossa grandeza. Na nossa miséria, fica visível também nossa dignidade. Na nossa fraqueza, como disse Paulo, mostramos nossa força: “quando sou fraco, então é que sou forte” (2Cor 12,10). Bem diferente do que pensam alguns, a força da Igreja (nem a de nenhum de nós) não está na sua grandeza, mas na sua pequenez. Não está na sua superioridade, mas no fato de reconhecer-se pequena e necessitada da graça de Jesus.


Igreja santa: porque santo é o Pai que nos convoca a ser Igreja; santo é Filho que nos confia sua missão; santo é o Espírito que nos capacita para essa missão. Santa, porque santos somos todos nós os renascidos em Cristo.







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