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24. Louvado seja o nome do Senhor

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21.04.2015 | 3 minutos de leitura
Solange Maria do Carmo
Crônicas
24. Louvado seja o nome do Senhor

“Do nascer ao por do sol,

seja louvado o nome do Senhor” (Sl 113,3)


 

“Por mais que eu sofra, obrigado, Senhor.

Mesmo que eu chore,
obrigado, Senhor,

por eu saber
que tudo isso

me mostra o caminho que leva a você!...”

(Roberto Carlos)



A gratidão é sentimento tão espontâneo que até uma criança é capaz de retribuir um carinho, um chamego, um xodó... Desde bebê, aprendemos a corresponder ao amor, com afetos e afagos que fazemos a quem nos ama. Basta a voz de quem a gente ama pra nos acalmar na hora da aflição e do medo! E que gratidão explode em nosso coração quando o medo foge e dá lugar à segurança! Imediatamente nosso rosto se ilumina em retribuição ao benfeitor!


A gratidão é virtude incentivada nas Escrituras Cristãs. Lucas mostra Jesus recriminando a atitude de leprosos interesseiros que, em contradição ao sensível samaritano, não voltam para agradecer o benefício recebido. O samaritano – bem diferente de seus companheiros – abandona a prescrição litúrgica de mostrar-se ao sacerdote e consequentemente de ser reintegrado à comunidade judaica, para voltar à fonte da graça recebida e agradecer. Prostrado diante de Jesus, ele agradece. E tal gratidão parece agradar o Mestre de Nazaré a ponto de a comunidade lucana guardar essa tradição em sua memória.


Não faltam na Bíblia relatos que convidam ao louvor e à gratidão incessante: “Do nascer ao por do sol, seja louvado o nome do Senhor!”; “Louvai o Senhor porque ele é bom!”; “Por tudo dai graças!”.


Agradecer uma dádiva recebida pode não ser tão difícil, apesar de nem todos cultivarem esse dom. Agradecer ao Senhor quando nossa vida corre livre de pesadelos e tormentas parece algo natural. Mas como manter um coração agradecido pelo dom da vida, quando ela se nos apresenta impregnada de dores e males? Como conservar aquela alegria de viver, mesmo quando a angústia e a doença assolam galopantes, qual exército poderoso, devastando nossas forças, arrancando de nós a últimas energias? Eis o desafio!


Alerta o apóstolo Paulo: “Por tudo dai graças...” (1Ts 5,18). Sábio o apóstolo dos gentios! Um coração agradecido na dor é aquele capaz de não se esquecer do bem vivido e ainda mais capaz de continuar esperando dias melhores... Memória passada e esperança futura: duas companheiras de caminhada, sempre bem-vindas; fazem o presente melhor e lhe dão potencialidades perdidas.


Haverá certamente quem ache que só na alegria é possível louvar, que só o bem devemos agradecer e que gratidão pelos dias ruins é pura hipocrisia. Não é, porém, a postura daquele que tem fé cristã. Para quem crê no Ressuscitado, pouco importam a tempestade ou a bonança. Importa a presença do Ressuscitado no barco da vida: presença certeira, geradora de confiança inabalável na hora da crise e da dor. Quem crê sabe que dom maior não pode haver que essa presença. Por isso, ainda na dor, agradece. Não agradece pela dor, nem pelo sofrimento, nem pela angústia, aliás, experiências nada agradáveis. Agradece porque não está só. Agradece porque cada dor vivida, cada angústia sentida e cada sofrimento dilacerante são vividos não por força própria, mas pela força do Ressuscitado dos mortos. Assim, faça chuva ou faça sol, louvemos ao Senhor!