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20. Procurar-te

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19.06.2017 | 1 minutos de leitura
Pe. Eduardo César Rodrigues Calil
Poesia
20. Procurar-te

Procurar-te por todas as esquinas do tempo, 

entre os ponteiros dos segundos e dos minutos...


Escalar as escarpadas colinas de meus dias, 

em busca de teus solenes e indispensáveis acenos...


E na iminência de encontrar-te,
quando te vi cavalgando ao meu encontro, 

em tua carruagem de fogo e sorrisos, 

escondi-me, indeciso, duvidando de te merecer.


Pois, enquanto faço tudo para possuir-te,
esforço-me na mesma proporção, para não te conquistar.


Atraio-te com meus desejos,
para repelir-te com meus assombros.


E, quando somes no horizonte,
viajando para sempre 

na tua liberdade infinita e misteriosa,

 sobra-me apenas a tristeza e a solidão de amar-te, 

enquanto não me julgo digno de ti.


E mais uma vez, aos teus sinais, 

repito-me ainda mais, evitando-te, 

buscando-te, expulsando-te em eterna obsessão.


Navegar nas profundas águas escuras, 

a fim de encontrar-me, pois, antes que a ti!


E rompendo os ciclos e giros do mesmo, 

permitir tua presença.


Vem, pois, clamo-te. 

Aguardo-te na esquina das entrelinhas,
no cruzamento da saudade e da promessa. 

Espero-te sem solenidades,
mas decidido a correr ao teu encontro antes que o faças. 

E num abraço, descobrir-te tão próximo,
quanto jamais poderia suspeitar em tais buscas...


Vem, pois, amor... Vem, suplico-te! 

Perdoa minhas negligências e minha irresponsabilidade 

e dá-me tua mão, toca-me com teus dedos, 

beija-me com teus lábios
e cala de uma vez por todas, 

num silêncio profícuo, minhas grandiloquências.