Evangelho DominicalVersículos Bíblicos
 
 
 
 
 

15. Reunindo as famílias

Ler do Início
20.10.2017 | 6 minutos de leitura
Fique Firme
Organize catequese
15. Reunindo as famílias

Normalmente os catequistas reclamam que os pais não participam das reuniões da catequese, mas aquelas reuniões de pais – tradicionalmente usadas para reclamar e cobrar participação – costumam ser sempre muito chatas. É preciso oferecer algo novo e prazeroso. Para atrair os familiares e conseguir que sejam nossos parceiros na catequese, temos de dar a eles bons motivos para participar.
Existem várias formas de integrar as famílias no processo catequético, mas especialmente três caminhos nos parecem bem oportunos. Cada paróquia ou comunidade pode arriscar-se e descobrir um estilo de reunir os familiares dos catequizandos de forma a envolvê-los na catequese e ajudá-los a fazer o caminho do seguimento de Jesus. O importante é reunir as famílias (nos seus mais variados formatos, sem nenhum preconceito ou exclusão) e proporcionar aos parentes e amigos dos catequizandos a mesma experiência do encontro com Deus oferecida aos que frequentam os encontros catequéticos. Se a Catequese Permanente compreende o encontro de catequese como lugar da experiência de Deus e não como lugar de doutrinas e dogmas da religião, também as reuniões com os pais não são cursos nem reuniões formais, mas ocasiões de crescer na comunhão com Deus por meio da oração, da partilha e da reflexão.
Uma boa opção é fazer uma celebração litúrgica. O início e o encerramento das atividades da catequese são bons pretextos para convidar as famílias para um encontro orante, uma liturgia alternativa em torno da Palavra de Deus. Tendo marcado o dia, local e horário, a equipe de catequese escolhe um tema para guiar a reflexão. Esse encontro pode seguir o mesmo modelo das celebrações oferecidas pelos livros da coleção. Ou até mesmo, se a equipe fizer uma adaptação da linguagem, nada impede que seja usado um mesmo encontro dos módulos que as turmas estão utilizando nos encontros catequéticos, inclusive cantando as mesmas canções.
Para que tudo fique bem bonito, é preciso preparar com capricho. É bom distribuir entre os catequistas as funções. E por que não envolver também os familiares na realização desse encontro? Eles podem ajudar a preparar, a cantar, a fazer as leituras, a levar os símbolos etc. O importante é não improvisar e fazer tudo com capricho e amor, para que cada rito tenha significado profunde e toque os corações dos participantes. Uma celebração da Palavra de Deus, se bem realizada, pode ser o começo de um despertar para a vida comunitária.
Uma segunda opção é fazer uma manhã ou tarde de espiritualidade com os familiares. A gente reúne as famílias, acolhe, canta reza, reflete, propõe um caminho de diálogo e espiritualidade, com momentos de oração e de reflexão da palavra. A escuta da palavra de Deus é fundamental. Em torno de textos bíblicos, podemos propor ocasiões de fraternidade e partilha. A palavra vai provocar ecos nos corações, vai ressoar na vida, vai levar a atitudes concretas de mudança, pois é palavra que faz viver.
Sempre é bom fazer tudo sem pressa; esses encontros servem também para desacelerar a gente que corre o tempo todo sem tempo para se refazer. Por isso, é preciso tempo para cantar, tempo para conversar e partilhar experiências, tempo para orar, tempo para meditar, tempo para silenciar-se, tempo para contemplar e até mesmo juntar-se à mesa e comer juntos. Faz falta esse exercício da fraternidade em torno da mesa.
Uma boa opção é escolher temas que estão sendo desenvolvidos na catequese com os catequizandos. Assim, de alguma forma as famílias vão acompanhando o processo e fazendo a mesma caminhada dos catequizandos. O desenvolvimento dos temas pode ficar por conta dos próprios catequistas ou pode-se chamar alguém de fora que tenha traquejo com essa dinâmica para falar aos pais e passar o dia com eles.
Uma terceira alternativa é a festa com os pais. Não são festas no sentido de comilança e bebedeira, apesar de comer e beber também ser bom e fazer parte do processo. São encontros nos quais os pais vão tomar ciência do que andam fazendo seus filhos na catequese.
Para começar, uma oração bem preparada com músicas e símbolos. Depois, costuma ser muito proveitoso ver os filhos apresentando aos pais as atividades dos encontros. Eles podem cantar uma música que aprenderam na catequese, fazer uma coreografia, um teatro, uma performance de um texto do Evangelho, um jogral, uma brincadeira etc. Nos encontros de catequese têm uma diversidade de atividades que podem ser aproveitadas. É bacana ver os filhos evangelizando os pais. Os familiares costumam se comover com essas apresentações. Pais e parentes que jamais iriam a uma reunião para debater temas ou para rezar ficam animados a participar quando sabem que seus filhos vão fazer uma apresentação. Por meio dessas apresentações, a Catequese Permanente vai difundindo seu modo de ser, seu modo de compreender a vida e a fé.
Nesse momento festivo, fica bem expor os trabalhos das turmas. Tudo que a turma produz durante os encontros deve ser guardado com carinho para essa ocasião. Ou o catequista recolhe o trabalho conjunto em forma de cartazes e os expõe num grande painel ou recolhe individualmente o que cada um elaborou em portfolios individuais. Se o catequista escolher fazer os portfolios, estes podem ser oferecidos aos pais. Eles vão adorar receber os trabalhos de seus filhos.
Para terminar, um momento de oração, coisa breve e singela. Uns podem rezar pelos outros: as crianças pelos pais, os pais pelas crianças, as crianças e pais pelos catequistas etc. Essa troca de energia faz bem; ela revigora o grupo e dá coesão a ele. depois, um lanche é coisa boa. Um pipoqueiro ou uma máquina de algodão doce já fazem a festa da criançada. Ou talvez um belo lanche organizado pela paróquia. É sinal de acolhimento e simpatia oferecer um lanche aos convidados.
Apresentamos aqui três opções; há certamente muitas outras. O importante e juntar o grupo para rezar, conversar e, aos poucos, ir conhecendo e assimilando a dinâmica da Catequese Permanente. Que os catequistas não se desanimem se no começo as famílias não aderirem à proposta. O encontro deve ser feito com quem aparecer, sem lamentar as ausências e sem cobrar dos que não foram. Mais importante que reclamar é receber, na mais pura gratuidade, a presença de quem se dispôs a participar. A catequese Permanente entende que a fé é proposta; ela parte da gratuidade do amor de Deus ofertado aos seus, logo não deve trabalhar com cobranças. Aos poucos, a ideia vai se difundindo e os familiares vão se achegando e gostando do processo. O importante é não desanimar e seguir firme.







Organize  anterior:    14. Angariando a simpatia dos pais

Próximo 0rganize: em breve...