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154. Pensamentos heréticos

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28.01.2017 | 1 minutos de leitura
Pe. Eduardo César Rodrigues Calil
Para Rezar
154. Pensamentos heréticos

Deus desconhecido e mudo, vossos vestígios apagados, 

como escavações cobertas pela poeira dos anos, me desolam. 

Mesmo assim ouvi ainda: 


Vejo pés rachados pisando solos rasgados pela seca. 

Mas quando leio vossos textos 

que me dizem que sois como a chuva 

que empapa a terra,
choro de esperanças... 


É que as senhoras e os homens trôpegos 

vão tão longe com a lata no coração... 

mas nestas terras não conseguimos mais 

colher a água que não brota. 

E as buscas parecem, enfim, não ter respostas. 


Encheremos as latas com nossos lamentos – e só? 

Até a borda choraremos nossos desconsolos 

e
vossa reverência permanecerá muda? 


Antes acreditei que, por ser fruto da liberdade, 

a fé deveria permanecer improvável. 

Hoje creio que ela nasce da resistência, 

pois nossas incertezas são evidências cada vez mais incontornáveis... 


Eu gostaria que minhas palavras tortas e heréticas 

rasgassem vossa in-existência 

e, de algum modo, provocassem outra vez, 

depois desse sumiço, 

vossa epifania...